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Governo italiano anuncia acordo com Bruxelas sobre orçamento para 2019

Fontes do Ministério italiano das Finanças citadas pela imprensa transalpina adiantam que Roma e Bruxelas chegaram a acordo sobre a proposta orçamental italiana. A confirmar-se, a Comissão Europeia poderá acolher o esboço de orçamento do governo italiano e retirar o pedido de abertura de um procedimento por défices excessivos.

EPA
18 de Dezembro de 2018 às 19:01
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Há tréguas no confronto entre o governo eurocéptico italiano e a Comissão Europeia. Segundo fontes do Ministério das Finanças de Itália, Roma e Bruxelas chegaram a acordo sobre a proposta de orçamento transalpina. Se se confirmar que há acordo, tal acontece depois de, na semana passada, o governo chefiado por Giuseppe Conte ter aceitado baixar o défice de 2,4% para 2,04% do PIB em 2019, cedência que permitiu aproximar as posições das partes. 

A imprensa italiana avança ainda, corroborada pela agência Reuters, que já na manhã desta quarta-feira o acordo alcançado será apresentado a Valdis Dombrovskis e Pierre Moscovici, respectivamente vice-presidente da Comissão e comissário para os Assuntos Económicos. A expectativa é de que o órgão executivo da União Europeia formalize o acordo com Roma e arquive a recomendação feita ao Conselho Europeu no sentido da abertura de um procedimento por défices excessivos (PDE) contra Itália. 

Pelo seu lado, escreve o La Stampa, Giuseppe Conte estará também amanhã no Senado do parlamento transalpino para dar conta da negociação com as instâncias europeias e actualizar a proposta orçamental do governo de aliança entre a Liga de Matteo Salvini e o 5 Estrelas de Luigi Di Maio. 

Até que sejam conhecidos os contornos deste aparente acordo não será possível saber se Bruxelas exigiu medidas adicionais para além da descida do défice e do consequente corte de 4 mil milhões de euros que o governo italiano terá aceitado incluir de forma a assegurar contas públicas mais equilibradas.

De acordo com o Il Sole 24 Ore, até poucas horas antes de uma porta-voz do Ministério das Finanças ter revelado a existência de um acordo Roma-Bruxelas, a Comissão insistia na ideia de que somente um défice menor não era suficiente. Ao longo do fim-de-semana passado surgiram notícias que indicavam que a Comissão exigia pelo menos um ajustamento do défice estrutural e não apenas do défice nominal. Recorde-se que quando tomou a inédita decisão de chumbar a proposta orçamental transalpina, a Comissão Europeia notava que a questão principal nem era o défice nominal, mas a evolução do défice estrutural, da dívida e do crescimento

A verdade é que o tempo para se obter um compromisso começa a escassear. Isto porque a Comissão Europeia continua a trabalhar em dois planos: por um lado prossegue o "diálogo construtivo" com as autoridades italianas, numa negociação agora chefiada, do lado italiano, pelo primeiro-ministro Conte; por outro, continua com os procedimentos relativos ao PDE.

Amanhã mesmo tem lugar uma reunião dos comissários europeus em que estes deveriam ultimar a documentação relativa à abertura de um PDE contra Roma. Ainda assim, mesmo que não se confirme o acordo entre a Comissão e o governo italiano, os comissários europeus deverão deixar para o primeiro encontro de 2019 (dia 9 de Janeiro) uma decisão final sobre o procedimento contra Itália.

No passado dia 21 de Novembro, a Comissão Europeia chumbou o praticamente inalterado segundo esboço de orçamento expansionista apresentado por Roma, abrindo via à eventual aplicação de sanções.

(Notícia actualizada às 19:30)
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