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Excedente primário da Grécia já duplica metas da troika

A Grécia ultrapassou em 2017 pelo terceiro ano consecutivo os objectivos do programa de resgate, graças principalmente ao aumento de impostos e a uma gestão austera do Estado.

Estabilizar o Mediterrâneo é o nome da conferência na qual o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, participa. Será a 24 de Janeiro.
23 de Abril de 2018 às 12:54
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A Grécia duplicou os objectivos fiscais definidos pelos credores para 2017, ao alcançar um excedente primário de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), anunciou hoje a agência de estatística grega (ELSTAT).

Este dado é enviado ao Eurostat e não é exactamente o mesmo que se aplica no cálculo utilizado em termos de programa de assistência financeira assinado com os credores, que segundo adiantaram fontes governamentais no domingo estaria entre 3,5% e 3,7% do PIB.          

 

O objectivo inicial do excedente primário, que exclui o pagamento de juros da dívida, acordado entre a Grécia e as instituições credoras - Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE), Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - era de 1,75%.

 

Ao mesmo tempo, o excedente orçamental em 2017 alcançou 0,8% do PIB, contra um objectivo de défice de 1,2%.

 

A dívida desceu para 178,6% do PIB, contra 180,8% em 2016.

 

Assim, a Grécia ultrapassou em 2017 pelo terceiro ano consecutivo os objectivos do programa de resgate, graças principalmente ao aumento de impostos e a uma gestão austera do Estado. 

 

O Governo de Alexis Tsipras confia que os bons dados registados consecutivamente sirvam para convencer o FMI de que se enganava ao pretender que a Grécia seria incapaz de alcançar semelhantes excedentes.

 

Apesar do FMI acreditar que a Grécia alcance este ano um excedente primário de 3,5%, põe em dúvida que mantenha este nível até 2021, tal e como está acordado com os credores europeus.

 

Segundo os meios gregos, numa reunião do ministro das Finanças, Euclides Tsakalotos, com os credores este fim-de-semana em Washington, o FMI insistiu que a Grécia antecipe para 2019 a redução do mínimo isento de impostos, previsto inicialmente para 2020.

 

O acordo da Grécia com os credores prevê que esta antecipação ocorra se a Grécia não cumprir este ano o objectivo do excedente.

 

O pacto prevê por outro lado que em 2019, o primeiro ano fora do programa de resgate, a Grécia aplique um novo corte das pensões.

 

O FMI também exigiu o atraso para 2021 de uma série de medidas de alívio da pressão fiscal, que o Governo queria introduzir a partir de 2020.

 

Na reunião, realizada à margem da assembleia da primavera do FMI, mantiveram-se as diferenças face ao alcance da reestruturação da dívida, também segundo meios locais.

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