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Grécia aceita ajuda técnica de Portugal para o pós-programa

A Grécia está prestes a sair do programa de ajustamento e a entrar na fase de monitorização pós-programa. Depois de Centeno ter oferecido ajuda técnica, os gregos aceitaram e vão trazer uma equipa a Lisboa.

A reta final do terceiro resgate à Grécia já passa pelas mãos do novo presidente do Eurogrupo. Oito anos depois, os gregos conseguiram uma 'saída limpa', ainda que com uma almofada financeira que cobre as necessidades de dois anos e com a monitorização trimestral apertada da Comissão Europeia.
À esquerda, o ministro das Finanças grego, Euclides Tsakalotos. À direita, o ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno. EPA
28 de Maio de 2018 às 15:08
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A Grécia aceitou a oferta de ajuda técnica de Portugal para a monitorização pós-programa. O ministro das Finanças português, Mário Centeno, tinha transmitido a ideia ao seu homólogo grego, Euclides Tsakalotos, em Abril, tal como o Negócios tinha avançado. Na reunião do Eurogrupo da semana passada, Tsakalotos aceitou o convite e discutiu os detalhes com Centeno.  

"Aceitámos de bom grado a proposta do ministro Centeno", afirmou fonte oficial do ministro das Finanças grego ao Negócios, referindo que a ajuda será para a monitorização pós-programa na Grécia. Este período deverá começar após 20 de Agosto, o dia de referência para a saída da Grécia do programa de ajustamento onde está há oito anos.

Os ministros discutiram os detalhes desta cooperação na reunião do Eurogrupo, na semana passada, em que a Grécia voltou a estar na ordem de trabalhos. "A Grécia está a planear enviar um comité a Portugal para obter aconselhamento", confirmou fonte oficial de Tsakalotos, sem referir datas previstas.
Aceitámos de bom grado a proposta do ministro Centeno. fonte oficial do ministro das finanças grego
A ideia é partilhar a experiência portuguesa numa altura em que a Grécia se prepara para sair do seu terceiro programa. Mário Centeno está convencido da utilidade da recente experiência em monitorização económica e financeira para o futuro da Grécia. 

Recentemente, em entrevista ao jornal grego Kathimerini, Centeno disse que, após a saída do programa, a implementação dos compromissos irá "recair apenas" nas autoridades gregas, o que é "uma grande diferença" face aos últimos oito anos em que a Grécia contou com a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia. 

Em causa está a monitorização que será feita na Grécia pelos credores na fase pós-programa, tal como acontece em Portugal desde a "saída limpa" de Maio de 2014, o que envolve o reporte estatístico, a resposta a várias questões técnicas e um volume de trabalho elevado. No caso da Grécia esse acompanhamento deverá ser ainda mais intenso. 

Isto porque a Comissão Europeia já demonstrou vontade em accionar um instrumento de monitorização reforçada prevista no quadro europeu do 2-pack (pacote duplo) implementado em 2013. Esta será a primeira vez que se activa este mecanismo e vai manter-se até a Grécia pagar, no mínimo, 75% da ajuda recebida, segundo as regras europeias. Em Portugal, a monitorização é semestral, mas a Grécia poderá ser alvo de avaliações trimestrais.
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