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Draghi: Zona Euro não deve virar as costas ao livre comércio e à abertura das fronteiras
O presidente do Banco Central Europeu (BCE) acredita que a abertura económica é a melhor forma de encarar os desafios de hoje. "A Europa e, em particular a Zona Euro, enfrentam um momento decisivo", afirmou Draghi.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, defendeu esta quinta-feira, 2 de Fevereiro, que a Europa não deve virar as costas ao livre comércio e à abertura das suas fronteiras. Até porque a abertura económica, sustentou Draghi, é a única forma de enfrentar os desafios que se colocam nos dias de hoje, entre os quais a ascensão do extremismo político.
"Está claro qual é o caminho para a nossa união, é não nos afastarmos do que tem funcionado: o nosso modelo de abertura económica reforçado pela nossa moeda única", afirmou o presidente do BCE, citado pela Bloomberg.
Para o responsável máximo pela política monetária da Zona Euro, a abertura económica colocará a região "numa posição mais forte" para encarar os desafios de hoje: "A ascensão do extremismo político, a insegurança nas nossas fronteiras e uma ordem global cada vez mais incerta".
Os alertas de Mario Draghi surgem menos de uma semana depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter assinado uma ordem executiva a proibir a entrada em território norte-americano de todos os refugiados durante 120 dias, assim como de todos os cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Síria, Líbia, Sudão, Irão, Iraque, Somália e Iémen) durante 90 dias.
Draghi falava em Liubliana, numa conferência para assinalar os 10 anos da adopção do euro pela Eslovénia. No seu discurso, o presidente da autoridade monetária reconheceu que o projecto da integração europeia perdeu impulso, e que há muitos obstáculos pela frente este ano: o Brexit, a política de Donald Trump e as eleições em países como França e Alemanha.
"A Europa e, em particular a Zona Euro, enfrentam um momento decisivo", afirmou. "Há coisas que precisam de mudar na Europa, mas também nos podemos orgulhar. A integração europeia deu muitos frutos e não devemos deixar que dificuldades actuais acabem com isso".
Apesar disso, Draghi reconheceu que, em muitos sectores, a integração é vista "como uma fonte de insegurança" em vez de uma arma contra ela. "Não é mais evidente [para alguns] que uma união mais próxima ofereça a resposta".