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Depósitos nos bancos gregos recuam para mínimo de 10 anos

O nível de fuga de depósitos abrandou em Fevereiro, depois dos 12 mil milhões que voaram em Janeiro. É preciso recuar até Março de 2005 para encontrar um registo mais baixo de depósitos das famílias e empresas gregas.

6 de Março – Tsipras em entrevista à Der Spiegel

“O BCE continua a ter a corda no nosso pescoço. Grécia não quer deixar a Zona Euro porque amo a Europa”.
Bloomberg
26 de Março de 2015 às 12:42
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A incerteza sobre o futuro da Grécia provocou nova corrida aos bancos em Fevereiro. Depois dos 12 mil milhões de euros que voaram em Janeiro, os depósitos nos bancos gregos voltaram a recuar pelo quinto mês consecutivo.

 

Os depósitos nos bancos gregos caíram 7,6 mil milhões em Fevereiro, segundo dados do banco central grego divulgados esta quinta-feira, 26 de Março.

 

Actualmente, os depósitos das famílias e empresas gregas estão nos 140,4 mil milhões de euros. É preciso recuar 10 anos, até Março de 2005, para encontrar um valor mais baixo: 138,9 mil milhões.

 

Desde Dezembro que voaram 19,8 mil milhões de euros dos bancos gregos. Foi neste mês que falhou a eleição do presidente da república provocando a convocação de eleições legislativas antecipadas para final de Janeiro.

 

Foi na quarta-feira que o Banco Central Europeu (BCE) aumentou para 71 mil milhões de euros o valor da Assistência de Liquidez de Emergência (ELA) para os bancos gregos. É esta linha que permite manter as instituições financeiras helénicas à tona de água, num momento em que a fuga de depósitos está em alta e em que Frankfurt continua a não aceitar dívida grega como garantia para conceder empréstimos.

 

A falta de liquidez dos bancos gregos espelha a situação nos cofres públicos gregos. É que a Grécia corre o sério risco de ficar sem dinheiro nas próximas semanas.

 

Com os pagamentos dos salários e pensões a caírem até ao final do mês, Atenas vai ter de pagar mais de 2,8 mil milhões aos seus credores em Abril. A começar por 460 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a 9 de Abril e mais 2,4 mil milhões de euros até 17 de Abril em dívida de curto prazo a expirar.

 

"O dinheiro vai acabar até à Páscoa". O alerta foi dado pelo porta-voz parlamentar do Nova Democracia, o maior partido da oposição, referindo-se à Páscoa Ortodoxa, que ocorre a 12 de Abril, uma semana mais tarde do que a Católica.

 

Em entrevista na televisão grega, citado pelo Guardian, Kyriakos Mitsotakis criticou o Governo de Alexis Tsipras por deixar o tempo passar sem chegar a acordo com os parceiros europeus sobre a lista de reformas.

 

Já o Executivo de Alexis Tsipras está mais optimista e acredita que vai conseguir chegar a acordo com o Eurogrupo nos próximos dias. "Eu acredito que no início da próxima semana vamos ter um acordo sobre o pacote de reformas que o Governo grego está a propor, sobre o financiamento da economia", disse hoje George Stathakis, ministro da Economia, citado pela Reuters.

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