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UE prossegue negociações de novo pacote de sanções à Rússia no fim de semana
A União Europeia (UE) vai continuar a negociar no fim de semana o sexto pacote de sanções contra a Rússia devido à guerra na Ucrânia, que abrange, entre outras coisas, o veto ao petróleo russo.
06 de Maio de 2022 às 21:34
A reunião realizada esta sexta-feira pelos embaixadores dos 27 Estados-membros da UE não serviu para resolver os problemas colocados por países como a Hungria, a Eslováquia ou a República Checa, explicaram à agência EFE várias fontes diplomáticas.
Estes três parceiros europeus, muito dependentes das importações de petróleo bruto da Rússia, pedem que o período de transição para se livrarem daquele combustível seja mais longo, apesar de Bruxelas ter levantado uma exceção para Budapeste e Bratislava, que lhes daria mais um ano do que o resto para o obter, até 31 de dezembro de 2023.
O seu homólogo húngaro, Viktor Orbán, optou hoje por criticar a proposta de Bruxelas como uma "bomba atómica" para a Hungria e, depois de alegar que um período de um ano e meio não seria suficiente, defendeu a entrega de quatro ou cinco anos e "com um investimento de muito dinheiro".
Entretanto, o alto representante dos Negócios Estrangeiros da UE, Josep Borrell, disse à EFE que é necessário "ter em consideração" e "procurar uma solução" para resolver o "problema" da Hungria, já que "não se trata de ter costa e que os petroleiros podem chegar até si sem ter uma costa e que o petróleo não pode chegar de qualquer lugar que não seja a Rússia".
Em todo o caso, o responsável pela diplomacia europeia assegurou que, se não for possível chegar a um acordo entre os 27 Estados-membros da UE ao nível dos embaixadores, vai ser necessário levar a questão para uma reunião de ministros europeus.
Ao mesmo tempo, fontes diplomáticas insistem que o objetivo é chegar a um acordo "até o final da semana", indicando que as diferenças entre os Estados-membros "não são políticas", mas técnicas.
O objetivo de França na presidência rotativa da UE é continuar com o trabalho técnico com a Comissão Europeia e os Estados-membros e convocar os embaixadores dos 27 quando houver progresso.
A proposta do Executivo comunitário, apresentada na quarta-feira, visa proibir as importações de petróleo russo para a UE seis meses após a entrada em vigor das sanções, enquanto o caso do petróleo refinado o prazo é alargado para oito meses.
As sanções também vetariam todos os possíveis serviços de assistência técnica, direta ou indireta e todo o serviço de intermediação, incluindo a financeira e os seguros, que estejam relacionados com a proibição ao petróleo russo.
Além disso, para evitar que os petroleiros russos possam se esquivar das sanções, o texto pede a proibição do transporte de petróleo russo em todas as suas formas, incluindo transferências de carga "navio a navio" de embarcações russas para outras de outros países.
Na frente financeira, Bruxelas propõe adicionar o Sberbank, o maior banco russo, à lista de instituições bancárias russas excluídas do sistema de transações internacionais Swift, assim como o Banco Agrícola da Rússia, 100% do Estado, e o Banco de Crédito de Moscovo.
Bruxelas também propôs sancionar pessoas, como o coronel russo conhecido como "talhante de Bucha" ou o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, e 20 empresas ligadas ao Ministério da Defesa ou ao Exército russo, além de três meios de comunicação social.