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Seguro e Passos de acordo: o mais importante é a pasta em Bruxelas

"Não se abordou um único nome", assegurou António José Seguro no final da reunião com o primeiro-ministro para discutir o próximo comissário europeu.

João Miguel Rodrigues/Correio da Manhã
09 de Julho de 2014 às 12:18
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O secretário-geral do PS, o maior partido da oposição, e o primeiro-ministro estão de acordo: o mais importante é tentar obter uma pasta "relevante" e "interessante" para Portugal na composição da nova Comissão Europeia, depois de o Executivo comunitário ter sido na última década liderada pelo antigo primeiro-ministro Durão Barroso. O nome, pelo menos por ora, é secundário e nem chegou a ser abordado.

 

Essa indicação foi dada ao fim da manhã por António José Seguro, no final de um encontro com Pedro Passos Coelho na residência oficial do primeiro-ministro em São Bento.

 

"Não se abordou um único nome. É muito importante que nos concentremos na pasta ou nas pastas mais revelantes e que sejam mais interessantes para Portugal poder gerir nos próximos cinco anos" na nova Comissão, disse Seguro.

 

Segundo o que afirmou, há um universo das pastas indesejáveis e um outro de desejáveis e há convergência entre o PS e o chefe do Governo sobre quais são umas e outras, não tendo querido exemplificar quais serão as pretendidas.

 

Assuntos Económicos, Concorrência (recentemente rebaptizada de Competitividade), Mercado Interno e Serviços (incluindo os Financeiros) estão entre as pastas com maior peso político em Bruxelas, a que ficam geralmente associados comissários que são simultaneamente vice-presidentes. Mas, tendo em conta a intenção europeia de densificar as redes de gasodutos ou as negociações em curso sobre a Parceria com os Estados Unidos, Energia e Comércio, a par ainda da Indústria e da Política Regional (que gere os fundos estruturais), poderão ser pastas com importância estratégica para Portugal.

 

Ao fim de hora e meia de encontro, o secretário-geral do PS disse que esta foi uma "primeira reunião" com o primeiro-ministro sobre o próximo comissário europeu a indicar por Portugal, mostrando-se convicto de que "seguir-se-ão com certeza contactos" entre os dois, embora tenha precisado que não ficou marcada uma nova reunião.

 

Questionado pelos jornalistas sobre se aceitaria prescindir de um candidato socialista a troco de uma pasta importante para Portugal, Seguro respondeu tratar-se de uma "interpretação abusiva".

 

Desde que Portugal aderiu à União Europeia, em 1986, tem prevalecido a regra não-escrita de colocar em Bruxelas um comissário socialista quando o Governo é social-democrata e vice-versa. Mas os calendários estão agora mais desfasados: a nova Comissão inicia funções no último ano do mandato do actual Governo português, pelo que dificilmente essa tradição se manterá por si mesma.

 

O encontro em São Bento teve lugar em vésperas da eleição do nome proposto pelos líderes europeus para suceder, a partir de Novembro por um mandato de cinco anos, a Durão Barroso à frente da Comissão Europeia.

 

Jean-Claude Juncker, antigo presidente do Eurogrupo que liderou o Grão-Ducado do Luxemburgo durante quase duas décadas, foi aprovado na última cimeira europeia por todos os 28 líderes europeus à excepção do britânico David Cameron e do húngaro Vicktor Órban, e submete-se na segunda-feira, dia 15, à votação do Parlamento Europeu. A partir daí, e pressupondo que obtém a necessária maioria de, pelo menos, 376 votos favoráveis, Juncker iniciará formalmente rondas de contactos com os Governos para formar o seu Executivo.

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