Notícia
Produção industrial na Zona Euro com maior quebra em cinco anos
A produção das fábricas na região da moeda única desceu 3,3% em novembro, face ao mesmo mês do ano anterior, a pior marca desde novembro de 2012. Portugal destacou-se com o terceiro pior desempenho da União Europeia.
É mais um sinal de desaceleração vindo das economias do euro: a produção industrial nos países da moeda única caiu 3,3% em novembro, face ao mesmo mês do anterior, a maior quebra homóloga dos últimos cinco anos.
Os dados do Eurostat mostram que desde novembro de 2012 (-4%) que a produção das indústrias na região do euro não caía de forma tão acentuada, incluindo entre os países tradicionalmente fortes neste indicador, como é o caso da Alemanha.
O chamado "motor" da Europa foi mesmo o segundo país com pior desempenho na região, com a produção das suas fábricas a afundar 5,1% face a novembro de 2017, uma performance negativa que só foi superada pela da Irlanda (-9,1%). Mesmo em relação a outubro – ou seja, na comparação em cadeia – a produção das fábricas alemãs desceu 1,9%.
Estes números ficaram muito aquém das estimativas dos economistas, que antecipavam uma subida ligeira de 0,3%, e aumentaram os receios de uma recessão na maior economia europeia no quarto trimestre do ano.
A fechar o pódio está Portugal, onde a produção industrial desceu 2,9%, o terceiro pior desempenho entre os países da União Europeia. No conjunto da região, o indicador recuou 2,2%, a pior marca desde fevereiro de 2013.
Na comparação mensal, Portugal ainda fica pior no fotografia, já que registou a segunda pior performance entre os parceiros europeus, com a produção industrial a cair 2,5%. A maior queda é da Irlanda (7,5%) que compara com a descida mensal de 1,7% na Zona Euro e 1,3% na União Europeia.
Olhando para os dados do Eurostat é possível perceber que a forte queda homóloga é explicada, em grande parte, pela descida da produção de energia, tanto na Zona Euro como na União Europeia, ao passo que na comparação mensal, a produção de energia recupera ligeiramente, e é a produção de bens de capital que penaliza o índice geral.
Os números revelados esta segunda-feira, 14 de janeiro, pelo gabinete de estatísticas da União Europeia confirmam o abrandamento da economia europeia no final do ano passado, depois de, já no terceiro trimestre, o crescimento ter abrandado mais do que se antecipava.
Entre julho e setembro, o crescimento desacelerou para 1,6% na região da moeda única e 1,8% na União Europeia, e os sinais sobre os últimos três meses do ano são igualmente dececionantes.