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Polónia: saída do Reino Unido implica novo tratado para a União Europeia
O PiS, partido eurocéptico que governa a Polónia, defendeu esta sexta-feira, 24 de Junho, que a União Europeia necessita de um novo tratado, de forma a preservar a unidade após a saída do Reino Unido.
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"A conclusão é óbvia. Precisamos de um novo tratado europeu", defendeu esta sexta-feira, 24 de Junho, Jaroslaw Kaczynski, líder do Partido da Lei e Justiça (PiS na sigla polaca), que desde final de 2015 governa a Polónia.
Jaroslaw Kaczynski, que foi primeiro-ministro entre 2006 e 2008, citado pela agência Reuters defendeu: "precisamos de uma reacção positiva, e não de um movimento perpétuo na mesma direcção, uma direcção que levou à crise".
O político, que juntamente como seu irmão gémeo Lech Kaczynski (antigo presidente da república polaca, falecido em funções em 2010) fundou o PiS, afastou contudo a hipótese da Polónia fazer ela própria um referendo sobre a sua permanência na União Europeia.
O actual governo polaco, liderado por Beata Szydlo, tem discordado várias vezes de Bruxelas, com a Comissão Europeia a questionar se as tentativas de Varsóvia em reformar o tribunal constitucional se coadunam com o princípio do Estado de Direito em vigor no bloco de 28 Estados-membros. E o partido tem-se demonstrado céptico e crítico à atitude da União aos fluxos de migrantes vindos do Mediterrâneo.
A primeira-ministra polaca afirmou esta sexta-feira que planeia apresentar propostas sobre o que Varsóvia considera que deve ser mudado, numa perspectiva cada vez mais a 27 Estados-membros. "A Polónia visa construir uma União Europeia forte e unificada de nações soberanas", disse Beata Szydlo, citada pela Reuters, sem pormenorizar.
A Polónia, um dos maiores beneficiários actuais dos orçamentos da União para o desenvolvimento das infra-estruturas e da agricultura, é maioritariamente favorável a permanência na EU, citando a Reuters uma sondagem recente em que 81% dos polacos inquiridos afirmaram-se favoráveis ao bloco comunitário.
É, igualmente segundo os dados da agência noticiosa inglesa, um dos maiores beneficiários da abertura de fronteiras na União. Só no Reino Unido vivem 700.000 polacos.