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Periféricos juntam-se a uma só voz por uma "melhor" Europa
Os primeiros-ministros de Portugal, Grécia e Itália aproveitaram a rejeição britânica à União Europeia para clamarem por uma Europa diferente para melhor.
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Os países periféricos coincidem quanto à resposta que deve ser dada pela União Europeia (UE) à vitória do Brexit que ditará a saída do Reino Unido do projecto europeu. A ideia difundida pelos chefes de Governo de Portugal, Grécia e Itália é a de que é preciso assegurar que a Europa muda para melhor.
Confrontado com a vitória do lado do Brexit, o primeiro-ministro português, António Costa, fez questão de frisar que não é preciso menos Europa mas uma "melhor" Europa.
Ideia em tudo idêntica à transmitida pelo chefe do Executivo grego, Alexis Tsipras, que afirmou que "precisamos com urgência uma nova visão e começo para uma Europa unida – para uma melhor Europa, mais social e democrática".
Apesar de não ter utilizado o adjectivo comparativo "melhor", Matteo Renzi, primeiro-ministro italiano, pediu uma UE "mais humana e justa", o que pode facilmente traduzir-se como uma Europa melhor.
A braços com economias estagnadas, ou em recessão como é o cado da dívida helénica, e elevadas dívidas públicas, estes três governantes têm também coincidido desde há muito na defesa de novas políticas europeias, que prestem menos atenção à austeridade e se concentrem na necessidade de crescimento.
Para Costa, Tsipras e Renzi uma Europa melhor seria certamente uma UE mais solidária e menos ortodoxa na aplicação das regras inscritas no Tratado Orçamental e no Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Outros dois líderes europeus que se pronunciaram foram os representantes do agora reforçado – em termos de importância relativa – eixo franco-alemão. Tanto Angela Merkel, chanceler alemã, como François Hollande, presidente francês, salientaram o rude golpe que a vitória do Brexit representa para a Europa, preferindo não abordar qualquer hipotética necessidade de reformista no seio do bloco europeu.