Notícia
Moscovici considera que não é "impossível" Portugal ficar com défice abaixo de 3%
O comissário europeu apontou que "medidas adicionais" poderão colocar o défice abaixo dos 3%. Sobre o crescimento, disse que as exportações e o consumo privado vão sustentar o avanço da economia portuguesa.
A Comissão Europeia considera que existe a possibilidade de Portugal cumprir as regras comunitárias e de não violar o limite do défice de 3% do PIB este ano.
"Não será impossível alcançar um valor inferior a 3% este ano. Veremos se pode haver condições de crescimento melhor do que o esperado ou medidas adicionais", disse esta terça-feira, 5 de Maio, o comissário europeu para os assuntos económicos e monetários em Bruxelas.
Nas Previsões de Primavera, a Comissão Europeia prevê que Portugal tenha um défice orçamental de 3,1% este ano e de 2,8% em 2016. Portugal junta-se assim a França, Espanha e Finlândia como os únicos países que vão violar o limite do défice europeu este ano, mais de 3% do PIB.
Na conferência de imprensa, Pierre Moscovici abordou também o crescimento económico de Portugal. "O crescimento de 1,6% de Portugal vai ser graças à melhoria da procura interna e também de fortes exportações".
O comissário estava a falar dos crescimentos nos países que estiveram sob resgate, dando também o exemplo da Irlanda, onde espera que o "crescimento se mantenha robusto"(3,6%).
O Chipre só vai regressar ao crescimento no próximo ano, enquanto as previsões para a Grécia foram revistas em baixa: de 2,5% para 0,5% este ano; e de 3,6% para 2,9% em 2016. No entanto, sublinhou que todas as previsões para a Grécia estão sujeitas a um "elevado nível de incerteza".
Sopram "ventos positivos" na Zona Euro
Olhando para as previsões económicas, Pierre Moscovici considera que a "economia europeia está na primavera mais quente dos últimos anos".
O desemprego, contudo, "continua em níveis inaceitáveis em determinados países e na Zona Euro sobretudo", enquanto as "perspectivas orçamentais continuam a melhorar".
As previsões da Comissão Europeia apontam para um crescimento do PIB da Zona Euro de 1,5%, face à previsão anterior de 1,3%.
"Esta primavera está instalada e não queremos que seja apenas uma situação, mas que dure muito", sublinhou.
O comissário apontou a descida dos preços do petróleo, assim como o programa de alívio quantitativo do Banco Central Europeu (BCE) como positivos para o crescimento da economia europeia.
Já o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e o aumento súbito dos preços do petróleo poderã representar riscos para a União Europeia.
A inflação deverá aumentar este ano e no próximo, influenciada sobretudo pela descida do preço do petróleo e pela desvalorização do euro.