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Merkel diz que União Europeia já não pode depender inteiramente dos EUA e Reino Unido

A chanceler alemã afirmou este domingo, em Munique, que a União Europeia "tem de tomar o seu destino nas suas próprias mãos". Após a cimeira do G7, com resultados pouco satisfatórios, sobretudo em matéria do clima, Merkel disse que o bloco europeu já não pode depender completamente dos britânicos e norte-americanos.

Reuters
28 de Maio de 2017 às 18:54
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A chanceler alemã advertiu este domingo, 28 de Maio, que a União Europeia já não pode estar totalmente dependente dos EUA e do Reino Unido. Em Munique, onde esteve em campanha eleitoral, Angela Merkel disse, citada pelo The Guardian, que a UE tem de "tomar o seu destino nas suas próprias mãos".

 

"O tempo em que podíamos depender completamente dos outros já passou. Tive essa experiência nos últimos dias", declarou numa tenda de cerveja, onde aproveitou também para matar a sede (na foto).

 

Merkel afirmou que a Alemanha e o resto da União Europeia tentarão continuar a manter boas relações com os EUA e o Reino Unido, mas que é também altura de "lutarmos pelo nosso próprio destino".

 

Estas declarações surgem no dia seguinte à conclusão da cimeira de dois dias do G7, que decorreu na Sicília, onde foram evidentes muitas divisões – especialmente no que diz respeito à posição dos EUA em várias frentes. Uma delas é a do Acordo do Clima, delineado en Dezembro de 2015 em Paris, que Donald Trump não sabe ainda se vai assinar. O presidente norte-americano fez saber que na próxima semana dará a conhecer a sua posição.

 

O compromisso dos EUA, assumido durante a presidência de Barack Obama, foi de reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa entre 26% e 28%, até 2025, com referência aos níveis registados em 2005.

 

O Acordo de Paris, do qual Trump disse não ser "grande fã", é para "cancelar", declarou durante a sua campanha às presidenciais do passado dia 8 de Novembro. Mais tarde, assim que foi eleito, confirmou essa intenção quando anunciou as medidas para os primeiros 100 dias de mandato. E em finais de Abril disse então estar para breve a sua decisão.

Na cimeira do G7, "Trump mostrou-se contra os líderes da Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Japão em várias questões, com os diplomatas europeus frustrados por terem de revisitar assuntos que esperavam que já estivessem resolvidos", sublinha a Reuters.


Hoje, Merkel não mencionou directamente Donald Trump – que também criticou os principais aliados na NATO, no encontro da passada quinta-feira – mas deixou subentendidas as suas preocupações.

 

No entanto, não quis deixar de sublinhar que as boas relações são para manter. "Nós, europeus, temos de tomar verdadeiramente o nosso destino nas nossas próprias mãos – mas, claro, em clima de amizade com os EUA e com o Reino Unido, e como bons vizinhos sempre que isso seja possível também com outros países, mesmo com a Rússia", afirmou, citada pela Reuters.

Relativamente a França, a chanceler alemã declarou que espera que o presidente Emmanuel Macron seja bem sucedido e que a Alemanha ajudará no que puder. "Onde a Alemanha puder ajudar, ajudará, porque a Alemanha só se sairá bem se a Europa se sair bem", afirmou.



(notícia actualizada às 19:09)

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