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Merkel aguarda com esperança clarificação de May até 10 de abril

Durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro irlandês, a chanceler alemã disse esperar que o Reino Unido consiga apresentar uma proposta alternativa para o Brexit. Já Leo Varadkar exige proposta "credível e realista" que permita adiar a saída britânica da UE para lá de 12 de abril.

EPA/Lusa
04 de Abril de 2019 às 21:20
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Angela Merkel foi até Dublin garantir que a Alemanha "vai ficar ao lado" da Irlanda aconteça o que acontecer no atribulado processo do Brexit.

No final de uma conferência conjunta com o primeiro-ministro irlandês que decorreu na capital irlandesa, a chanceler germânica disse esperar que o Reino Unido consiga encontrar uma solução para o impasse em torno da saída da União Europeia.

Merkel tem "esperança" de que as conversações encetadas entre a primeira-ministra britânica e o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, permitam que Theresa May chegue à cimeira europeia extraordinária marcada para 10 de abril com alguma alternativa.

A chanceler garantiu que do lado europeu será feito tudo o possível "até à última hora" de forma a evitar um Brexit sem acordo.

Por sua vez, Leo Varadkar agradeceu o apoio dado pela Alemanha e de seguida avisou que Londres tem de apresentar uma proposta "credível e realista" capaz de justificar uma extensão do artigo 50.º para além de 12 de abril.

Os dois governantes frisaram que, no Conselho Europeu marcado precisamente para desbloquear o Brexit, Theresa May tem de conseguir explicar por que motivo os líderes europeus devem conceder um novo adiamento da saída que esteve inicialmente prevista para 29 de março.

Esta quinta-feira decorreram reuniões ao nível técnico entre as equipas do Partido Conservador e do Partido Trabalhista, isto depois de ontem o encontro entre May e Corbyn ter sido "inconclusivo" quanto ao caminho a seguir.

Os líderes dos dois maiores partidos britânicos devem voltar a reunir-se esta sexta-feira.

Na passada sexta-feira, o parlamento do Reino Unido chumbou pela terceira vez o acordo de saída negociado por May com Bruxelas. Em consequência e já depois de os deputados terem também chumbado esta semana as quatro moções alternativas apresentadas na Câmara dos Comuns, a primeira-ministra mostrou-se disponível para negociar com Corbyn uma posição comum sobre a relação futura entre os dois blocos de forma a garantir o apoio trabalhista aos termos do divórcio previstos no tratado jurídico já por três vezes rejeitado.

Entretanto, ontem o parlamento aprovou também uma proposta de lei da deputada trabalhista Yvette Cooper que proíbe uma saída desordenada do bloco europeu, exigindo para tal que Downing Street solicite um adiamento do Brexit. Esta proposta tem caráter vinculativo, carecendo contudo da aprovação de legislação adicional.

May quer tentar adiar a saída da UE para 22 de maio para que o Reino Unido não tenha de participar nas eleições europeias que arrancam a 23 de maio.

Para satisfazer a intenção britânica, Bruxelas exige que Londres explique para que servirá esse adiamento. Corbyn defende que o Reino Unido negoceie uma união aduaneira abrangente e permanente com a UE, hipótese sempre rejeitada pela primeira-ministra e em particular pelos conservadores que defendem uma rutura acentuada dos laços que ligam os dois blocos.

May responsabiliza os "hard brexiters" do seu partido pela impossibilidade até agora verificada de se encontrar uma solução e pela concretização de uma eventual saída caótica.

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