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Machete pede à Europa mais medidas para acabar com assimetrias no acesso a financiamento

Apesar da "nota de optimismo" garantida pelos indicadores económicos, que permitem mostrar que Portugal e a Europa "ultrapassaram já o pior desta crise", mantêm-se ainda "intensos desafios", frisou o chefe da diplomacia.

Miguel Baltazar/Negócios
06 de Janeiro de 2015 às 12:11
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O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, defendeu nesta terça-feira que a União Europeia deve procurar "suprimir as assimetrias" entre os Estados-membros, nomeadamente no acesso ao financiamento aos países mais afectados pela crise.

 

"Devem ser envidados todos os esforços que nos permitam suprimir as assimetrias que ainda subsistem, nomeadamente nas condições de acesso ao financiamento aos Estados-membros que foram mais afectados pela crise, uma questão fundamental para o sucesso da construção europeia", considerou o governante, que intervinha na sessão de abertura do seminário diplomático, que reúne hoje e na quarta-feira, em Lisboa, diplomatas e membros do executivo para discutir os principais temas da política externa portuguesa.

 

No seu discurso, Machete sublinhou que em 2014 terminou o programa de assistência económica e financeira a Portugal, permitindo "a reconquista da autonomia e a recuperação da credibilidade do país junto dos mercados e dos parceiros externos", resultados alcançados graças a "um enorme esforço e capacidade de todos os portugueses".

 

Apesar da "nota de optimismo" garantida pelos indicadores económicos, permitindo mostrar que Portugal e a Europa "ultrapassaram já o pior desta crise", mantêm-se ainda "intensos desafios" para a Europa e para o Mundo, avisou.

 

"Neste percurso rumo a uma união bancária e ao fortalecimento dos instrumentos de política económica, chegou o momento de um verdadeiro debate sobre a ambição da União Europeia em matérias decisivas para a competitividade das nossas economias - como o mercado único, o dossiê energia ou as políticas de industrialização e inovação e desenvolvimento", sublinhou Rui Machete.

 

O chefe da diplomacia portuguesa destacou que, com o 'Plano Juncker', a nova liderança da Comissão Europeia "relança o investimento na União Europeia e abre novas oportunidades nas áreas da investigação, da inovação e no apoio às empresas, bem como em sectores tão decisivos como os transportes, a energia e as tecnologias digitais, essenciais para o funcionamento do mercado interno", além de dar "um sinal de reequilíbrio entre a austeridade necessária e a promoção do crescimento económico, essencial para o ressurgimento da Europa".

 

Em matéria energética, Rui Machete recordou que Portugal defendeu "um acordo ambicioso, que incluísse também um novo compromisso sobre interligações energéticas", que permitirá "concretizar o mercado europeu de energia e acabar com o actual isolamento de alguns Estados-membros neste capítulo".

 

Em particular, para a Península Ibérica, tal acordo permitirá dinamizar a "exportação de electricidade produzida a partir de fontes renováveis" e rentabilizar as infra-estruturas no mercado do gás, além de garantir melhores condições de acesso ao mercado de energia para as empresas, "no que poderá representar um novo paradigma de competitividade para as economias de Portugal e Espanha".

 

A propósito da cooperação entre Lisboa e Madrid, Rui Machete destacou que "o relacionamento bilateral entre os dois países é perene" e não se altera em função da conjuntura.

 

A sessão de abertura contou com a presença do antigo primeiro-ministro e ex-presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso, que criou o conceito do seminário diplomático enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros no segundo Governo de Cavaco Silva.

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