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Londres planeia isentar de vistos europeus que viajem para o Reino Unido no pós-Brexit

Ainda um plano inacabado, o Times adiantou que o governo britânico planeia conceder isenção de vistos aos cidadãos europeus que pretendam viajar para o Reino Unido. Já os europeus que queiram trabalhar no país vão precisar das devidas autorizações.

Neil Hall/Reuters
17 de Agosto de 2017 às 08:37
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As difíceis negociações com vista à forma como se processará a saída britânica da União Europeia e sobre o enquadramento das relações entre Londres e Bruxelas no período pós-Brexit levaram o governo do Reino Unido a procurar alternativas que satisfação a contraparte europeia.

 

Segundo noticiou o Times já ao final do dia desta quarta-feira, o Executivo chefiado por Theresa May pondera permitir aos cidadãos europeus viajar livremente em território britânico, sem necessidade de vistos, depois de consumado o divórcio entre o país e a UE, previsto para Março de 2019.

 

A mesma publicação recorda, porém, que o compromisso governamental em controlar e reduzir a imigração para o país permanece válido. Como tal, o plano em preparação deverá estabelecer que os cidadãos europeus requeiram autorizações para poderem trabalhar, estudar ou passar a residir no Reino Unido.

 

Citando fonte do governo que prestou declarações sob a condição de anonimato, o Times escreve que o plano a apresentar por Londres estará pronto "dentro de semanas".

 

A maior flexibilidade resultante da isenção de vistos propõe responder aquele que é, para já, o foco de maior discórdia entre as duas equipas negociais e que diz respeito aos direitos dos cidadãos europeus que residem ou queiram residir no Reino Unido depois de concretizado o Brexit.

 

Mas pretende também responder ao problema relacionado com a gestão dos movimentos na fronteira entre a Irlanda do Norte (pertencente ao Reino Unido) e a República da Irlanda (parte integrante da UE).

 

Isto porque a intenção inicial britânica passava por retirar o país de pelo menos um dos quatro elementos do mercado único europeu (no caso o relacionado com o livre movimento de pessoas), o que provocaria enormes constrangimentos na fronteira entre as duas Irlandas.

 

Todavia, a intenção de May permanece inalterada no que concerne à vontade assumida antes das últimas eleições de Junho e que passa pelo controlo do fluxo imigratório para o país. Ainda no segundo trimestre o número de trabalhadores no Reino Unido oriundo de países da UE escalou para o valor recorde de 2,37 milhões, mais 126 mil do que o registado em igual período de 2016. 

Antes ainda das conversações propriamente ditas, a UE mostrou insatisfação quanto à proposta britânica para os cidadãos europeus no pós-Brexit, sendo que o início formal das negociações não trouxe nada de novo, em especial no que concerne a este tema.

O diálogo entre as equipas negociais permanece sem grandes avanços e ainda esta terça-feira a UE reiterou - já depois de uma primeira proposta formal entregue por Londres em que o Reino Unido propôs uma uma relação bilateral assente numa espécie de "associação próxima" limitada após o Brexit -, que o artigo 50.º do Tratado de Lisboa deixa claro que primeiro têm de ser definidos os termos do divórcio e só depois se pode passar para a negociação da relação futura entre os dois blocos.  

Londres "confiante" em iniciar nova fase de diálogo com a UE em Outubro

Entretanto, ao início da tarde, a agência Reuters noticiou, citando fonte anónima do Departamento britânico a cargo da preparação do Brexit, que o trabalho está a ser desenvolvido com o objectivo de, até Outubro, ser alcançado o "avanço necessário" para passar à fase seguinte das negociações. Ou seja, a equipa liderada pelo ministro do Brexit, Michel Barnier, acredita que a partir de Outubro haverá condições para discutir a etapa seguinte ao divórcio com a UE.

A convicção governamental britânica contraria as indicações dadas pela conversações efectivas em curso, que permanecem praticamente paralisadas. Contudo, o Executivo de May pretende avançar o quanto antes para discussões que incluam a futura relação com a UE, até para conferir estabilidade ao sector empresarial que vem sendo penalizada pela indefinição em torno da saída britânica da União. Bruxelas insiste que só depois de alcançados "progressos suficientes" na primeira fase da negociação, em especial a questão dos cidadãos europeus que residem no Reino Unido e da fronteira entre as duas Irlandas, é que poderão ser discutidos os laços que vão definir a relação entre Londres e Bruxelas. 

(Notícia actualizada com subtítulo às 14:05)

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