"A senhora [Maria João] Rodrigues, a eurodeputada que tem estado a escrever artigos nos jornais, nunca esteve na 'wish list' do senhor Juncker. A senhora [Maria Luís] Albuquerque sim, ela não", escreve o Expresso, citando uma fonte próxima de Jean-Claude Juncker que sucederá em Novembro a Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia.

De acordo com o jornal, Juncker reagiu com desagrado aos artigos publicados pela socialista Maria João Rodrigues, na sequência da escolha de Carlos Moedas como futuro comissário português. A socialista nunca escondeu que gostava de ter sido escolhida, mas fontes próximas de Juncker garantem que ela nunca foi opção.

Em artigos publicados no Expresso e no Público, a parlamentar socialista e candidata assumida ao cargo criticou violentamente a escolha de Carlos Moedas por parte do Governo, dando a entender que ela seria a preferida de Juncker, que este a tinha mesmo incentivado a propor-se ao lugar e que só não tinha sido escolhida porque o seu nome nunca chegou a ser proposto pelo Governo português.

Ainda segundo o Expresso, a reacção de Maria João Rodrigues à escolha de Carlos Moedas provocou igualmente algum desconforto nos meios diplomáticos portugueses. "Não é desta forma que se promovem e defendem os interesses portugueses, estes são mais que interesses de índole pessoal", afirma uma fonte diplomática portuguesa, lembrando que pela frente ainda está a batalha da repartição das pastas na nova Comissão, batalha para a qual Portugal parte com a desvantagem relativa de ter ocupado o cargo mais importante da máquina comunitária durante a última década.