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Juncker: Factura do Brexit vai ser calculada "cientificamente"

A propósito da celebração dos 60 anos do Tratado de Roma, Jean Claude Juncker falou à BBC e assinalou que a factura que o Reino Unido terá de pagar pelo Brexit será calculada cientificamente. Londres acciona o Artigo 50º. do Tratado de Lisboa na próxima quarta-feira.

22º Jean-Claude Juncker, 243 notícias - O presidente da Comissão Europeia esteve em foco nas notícias devido às sanções a Portugal e Espanha, ao Brexit e outros temas que marcaram a actualidade na Europa
Reuters
Ana Laranjeiro alaranjeiro@negocios.pt 24 de Março de 2017 às 08:53

precisamente 60 anos, foram assinados em Roma os tratados que permitiram criar a actual União Europeia. O Reino Unido não foi um dos seis países fundadores. Juntou-se à então Comunidade Económica Europeia em 1973. Mas é o primeiro a querer sair. O Artigo 50º. do Tratado de Lisboa, que permite dar início ao processo de saída do Reino Unido, vai ser accionado pela primeira-ministra britânica, Theresa May, esta quarta-feira, 29 de Março.

Jean Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, falou nas últimas horas à BBC, e assinalou que a União Europeia não pretende a aplicação de sanções a Londres. Mas, alertou, há uma factura que tem de ser paga.


"Não haverá sanções, não haverá punição. Nada desse género. Mas o Reino Unido tem de saber – e suponho que o Governo sabe – que temos de calcular cientificamente quais eram os compromissos britânicos e depois a factura tem de ser paga", disse, citado pelo Financial Times.


Há relatórios que indicam que a factura que o Reino Unido terá de pagar poderá ascender a 60 mil milhões de euros (o resgate a Portugal foi de 78 mil milhões de euros, para se ter uma ideia), de acordo com o FT. Este valor tem por base os compromissos financeiros assumidos por Londres mas que não foram ainda pagos a vários organismos comunitários.

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, numa entrevista a uma rádio germânica, também deu a entender que Bruxelas iria tentar limitar os efeitos negativos do Brexit para o próprio Reino Unido. Contudo, lembrou que, se um país quer ter os benefícios de estar no grupo, tem de estar disposto a compromissos.

"Temos de encontrar um caminho justo – se o Reino Unido continua a querer ter um bom acesso ao mercado único, tem de assumir os compromissos correspondentes e, se não quiser isso, então vai haver uma separação – isso será uma vergonha para o Reino Unido", sustentou, citado pela Reuters.

Schäuble defendeu ainda que a União Europeia irá "tentar manter as desvantagens tão pequenas quanto possíveis mas é claro que o resto da Europa não pode ser contaminado por isso". O ministro alemão poderá estar assim a dar entender que Bruxelas vai tentar negociar um bom acordo para as duas partes. Sugerindo, embora, que o acordo que Londres terá não será tão bom que possa incentivar outros países a saírem da União Europeia.

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