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Mark Rutte: Saída da UE coloca Reino Unido a caminho de danos irreparáveis
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, questionou na terça-feira o optimismo britânico perante a saída da União Europeia, dizendo que o Reino Unido pode estar a caminho de "danos potencialmente irreparáveis".
Com argumentos directos e raramente dirigidos a uma Estado aliado, Mark Rutte (na foto) disse na terça-feira que o crescimento da economia britânica permaneceu bom desde o ano passado - quando os britânicos aprovaram em referendo a saída da União Europeia, o designado 'Brexit' - apenas porque a libra teve uma forte desvalorização.
O governante acrescentou que, "se se olhar além da superfície, a economia britânica está a sofrer danos potencialmente irreparáveis devido ao seu 'Brexit'".
Rutte disse ainda que o voto do 'Brexit' já conduziu a "mudanças tectónicas" dentro da comunidade internacional bancária, que continua a ter Londres como uma das suas maiores plataformas globais.
O primeiro-ministro da Holanda – país que realiza hoje eleições legislativas – discorda frontalmente da saída da UE. E diz que esse percurso, no caso da Holanda, seria a garantia de 1,5 milhões de novos desempregados e de "caos" instalado num país cuja riqueza assenta, em larga medida, na extraordinária dinâmica do seu sector exportador.
Mark Rutte, do VVD - partido de centro direita –, governa o país desde 2012 em coligação com os trabalhistas do PvdA.
A Holanda foi um dos países onde se viu crescer a ameaça populista, como em França, com o líder do Partido da Liberdade (PVV), Geert Wilders, a liderar todas as sondagens no último ano – mas a surgir agora ligeiramente abaixo das intenções de voto no VVD.