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Ex-embaixador em Moscovo vai representar Reino Unido na UE

Tim Barrow vai substituir Ivan Rogers no cargo de embaixador de Londres junto da União Europeia. Rogers demitiu-se ontem, a semanas de terminar o prazo dado pelo governo britânico para desencadear o Brexit.

Neil Hall/Reuters
04 de Janeiro de 2017 às 19:04
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Tim Barrow, ex-embaixador do Reino Unido na Rússia (de 2011 a 2015) e actualmente quadro do Foreign Office (o ministério dos Negócios Estrangeiros britânico) vai ser o novo representante de Londres junto da União Europeia.

A nomeação de Barrow, um diplomata de carreira, foi noticiada esta quarta-feira, 4 de Janeiro, pelo Financial Times, que cita quatro fontes não identificadas, depois de ontem o até aí embaixador Ivan Rogers ter apresentado a demissão do cargo.

Contudo, refere o periódico britânico, a escolha deverá deixar descontentes muitos conservadores que defenderam a saída da UE, já que preferiam um perfil mais político e que estivesse receptivo a considerar as vantagens do Brexit.

Rogers saiu deixando atrás de si duras críticas ao governo liderado por Theresa May, considerando que os ministros precisam de ouvir pontos de vista "incómodos" da Europa. 

"Espero que vocês continuem a desafiar os argumentos infundados e o pensamento confuso e que nunca tenham medo de dizer a verdade aos que estão no poder", escreveu numa carta enviada aos seus colegas em Bruxelas e citada ontem pela Lusa. 

Rogers estava no cargo desde finais de 2013, indicado pelo anterior primeiro-ministro conservador David Cameron, tendo assessorado o Governo nas negociações com os parceiros da UE, anteriores ao referendo sobre a permanência na União, e que pretendiam reconfigurar a presença de Londres no seio dos 28.

Rogers sai a pouco menos de três meses do prazo estabelecido pelo governo - o final de Março - para accionar oficialmente o artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que desencadeia o processo de desvinculação do país da União Europeia e inicia os dois anos de negociações para a saída.

A saída da União foi escolhida em 23 de Junho por 52% dos eleitores que votaram no referendo. O processo atravessa actualmente um imbróglio jurídico, depois de o Tribunal Superior ter decidido que cabe ao parlamento a última palavra na decisão de desvinculação. O governo discorda e recorreu para o Supremo Tribunal, sendo esperada uma decisão nos primeiros dias de Janeiro.

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