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Eleições colocam Espanha na mira dos investidores

Depois da Grécia, as atenções voltam-se para Espanha, onde os analistas receiam que uma mudança política brusca nas próximas eleições gerais e catalãs possa comprometer a recuperação económica. Apesar de Portugal também ir às urnas ainda este ano, os analistas do Rabobank dizem “estar bastante relaxados”.

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Bloomberg
10 de Setembro de 2015 às 10:01
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A recuperação da economia Espanhola não é suficiente para descansar os investidores. Segundo o El Mundo, os bancos de investimento internacionais têm advertido os seus clientes para os riscos que as eleições espanholas podem representar para a economia do país.

"Passamos de Grécia a Espanha (…), o foco agora é Espanha". "Há um risco crescente de deterioração na perspectiva económica do país". "É provável um Governo formado por PSOE e Podemos". "Estes partidos comprometem a recuperação". "Devemos ter cuidado com os bancos espanhóis". Estas são algumas das frase citadas pelo El Mundo como tendo sido transmitidas aos investidores, o que se reflecte num aumento do prémio de risco da Espanha em relação à Alemanha e até à Itália.

O banco francês Société Génerale enviou um relatório aos seus clientes esta quarta-feira onde afirma que o "foco agora está em Espanha" e que o factor mais preocupante "deriva do calendário eleitoral espanhol". Segundo a entidade bancária, as "sondagens espanholas não são fiáveis" e esta aposta num Governo formado pelo PSOE e pelo Podemos, ainda que considere possível uma composição com o Partido Popular e o Cidadãos é "também elevada". Para o Société Génerale, o mais preocupante são as eleições catalãs, que podem afectar "o CaixaBank e o Banco Sabadell, que são percepcionados como bancos catalães, ainda que possam gerar dúvidas em todo o conjunto do sistema financeiro."

Na mesma linha, o banco suíço Mirabaud alerta que "podem haver partidos populistas de esquerda no futuro Governo de coligação em Espanha", acrescentando que "estes partidos podem comprometer a recuperação em Espanha e assinalando que "ainda que não sejam eleitos, a mera possibilidade de que o sejam pressupõe uma pressão nos preços da dívida soberana espanhola".

O Crédit Suisse, por sua vez, diz que está "mais cauteloso com os bancos espanhóis", dizendo que a sua baixa rendibilidade pode piorar "com a provável instabilidade política neste segundo semestre do ano" e colocando em causa a "questionável qualidade do capital dos bancos".

No que diz respeito a Portugal, os analistas do holandês Rabobank, dizem estar "bastante relaxados com Portugal, porque os principais blocos políticos estão comprometidos com os objectivos de défice acordados com a Comissão Europeia".

O presidente do Governo Regional da Catalunha, Artur Mas, assinou a 3 de Agosto um decreto a convocar eleições autonómicas na região para 27 de Setembro, uma votação que o próprio caracterizou como um "plebiscito à independência".

Em entrevista à rádio espanhola "Cadena Cope", o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, não quis adiantar uma data exacta para as eleições gerais, garantindo apenas que se irão realizar em Dezembro.

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