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Empresas e sindicatos alertam para consequências de independência da Catalunha

A menos de uma semana das eleições catalãs, avolumam-se as empresas que alertam para as consequências de uma eventual secessão da Catalunha face a Madrid. Depois do banco central espanhol, também os sindicatos mostram reservas perante o processo soberanista.

Bloomberg
21 de Setembro de 2015 às 16:36
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César Alierta, presidente da Telefónica, foi uma das mais recentes vozes a avisar para as consequências "muito negativas" relacionadas com o concretizar do cenário de independência da Catalunha. "Os efeitos económicos de uma suposta independência, que não vai concretizar-se, são supernegativos", afirmou Alierta, citado pelo El País, esta segunda-feira, 21 de Setembro.

 

A declaração de Alierta surge depois de esta manhã o presidente do banco central espanhol, Luis María Linde, ter apontado o "risco" de ser necessário impor controlo de capitais na Catalunha caso se concretize a secessão da região autonómica relativamente ao reino espanhol. Há cada vez mais personalidades e empresas a virem a terreiro alertar para as consequências de uma hipotética independência da Catalunha.

 

Esta tarde, a empresa Pronovias avisou que planeia retirar a sua sede social da Catalunha no caso de o Parlamento regional que sair das eleições autonómicas, antecipadas para o próximo domingo, 27 de Setembro, for composto por uma maioria pró-independência que formule a prometida Declaração Unilateral de Independência. No último sábado, os bancos Sabadell e La Caixa também ameaçavam retirar as suas sedes da Catalunha para escapar a eventuais controlos de capitais na região.  

 

David Kerr, conselheiro na Bird & Bird, uma empresa especializada em direito internacional, citado pelo Expansión, constata a existência de "muitos riscos políticos" relacionados com um cenário de independência da Catalunha. "As empresas e os investidores querem confiança e certezas", conclui David Kerr.

 

Mesmo não havendo nenhuma referência à eleição-plebiscito na convocatória para as eleições deste domingo, este acto eleitoral servirá para aferir a vontade da população catalã em relação à independência da região.

Uma sondagem hoje publicada no diário El Mundo atribui entre 65 e 66 mandatos à plataforma Juntos pelo Sim, coligação que integra os maiores partidos soberanistas da Catalunha, incluindo a Convergência Democrática da Catalunha (CDC) de Artur Mas, presidente do Governo autonómico. A aliança Juntos pelo Sim sustenta que se alcançar a maioria absoluta (mínimo de 68 deputados), dará início ao processo de independência da região.

 

Josep Bou, presidente da associação Empresários da Catalunha, pediu entretanto aos partidos que apoiam a permanência da Catalunha no reino de Espanha que impeçam a vitória dos soberanistas. Mas além das entidades patronais, também os sindicatos sublinham as consequências decorrentes do processo soberanista. O sindicato CCOO garante não existir "nenhuma vantagem" ligada ao processo soberanista, enquanto a UGT defende uma reforma constitucional que garanta uma solução para o "défice de participação democrática".

 

Nos últimos meses de 2014, quando se aproximava o dia 9 de Novembro, data agendada para o referendo popular sobre a independência da Catalunha, também surgiram várias empresas a sublinhar os riscos e consequências relacionados com a eventual secessão da Catalunha. O referendo, declarado inconstitucional, daria lugar a uma consulta cidadã não vinculativa que, apesar da grande abstenção, deu a vitória ao "sim" à independência.

 

Agora, segundo o Expansión, também os mercados se movimentam. Os analistas do Royal Bank of Scotland aconselharam os seus clientes a venderem dívida do banco Santander devido aos riscos políticos em Espanha e no Brasil.

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