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Durão Barroso: “O Brexit foi um erro e vamos pagar um preço alto por ele”

O antigo presidente da Comissão Europeia acredita que é necessário avançar com um acordo e lembra que quando se “sai do clube” não é possível manter “os mesmos benefícios”. Durão Barroso crê ainda na estabilidade do centro financeiro de Londres.

Miguel Baltazar/Negócios
15 de Maio de 2017 às 12:18
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Durão Barroso defendeu esta segunda-feira, 15 de Maio, que a decisão do Reino Unido em abandonar a União Europeia "foi um erro".

 

"Acho que foi um erro. Para o Reino Unido e para a Europa. Foi um erro e vamos pagar um preço alto por ele", afirmou durante o congresso Business of Luxury Summit, organizado em Lisboa pelo Financial Times.

 

Para o antigo presidente da Comissão Europeia, o voto no "Brexit" revela também uma postura de nacionalismo, um fenómeno que está longe de ser um exclusivo europeu ou americano mas "mundial".

 

Questionado sobre o papel da City, o centro financeiro de Londres, e a possibilidade de algumas instituições deslocalizarem o seu negócio para outras cidades europeias, Durão Barroso descarta o cenário.

 

O também presidente do Goldman Sachs admite, contudo, que "alguns negócios vão deslocalizar unidades de negócio para outras cidades europeias". Mas o papel de Londres mantém-se, porque está assente numa "rede de tradição".

 

Durão Barroso diz também não notar um interesse de Frankfurt ou Berlim para captar esses bancos em eventual mudança devido ao Brexit. "Se se trouxer esses bancos, também se traz riscos", alertou.

 

Para o político, nesta fase, "o que é razoável é chegar a um acordo" entre Bruxelas e o Reino Unido. Contudo, terão de ser feitas cedências de ambos os lados. "Se és parte do clube e saíres, não podes manter os mesmos benefícios", avisou.

 

Durão Barroso não deixou de comentar a economia europeia, considerando que esta está melhor, embora persistam "fragilidades e riscos". "O problema da Europa é que os países estão a atrasar reformas para serem mais competitivos", acrescentou.

 

O antigo presidente da Comissão Europeia mostrou-se ainda satisfeito com a eleição de Emmanuel Macron em França e acredita que o novo presidente será capaz de levar avante grande parte do seu programa eleitoral. "Há uma frescura", resumiu.

 

O mercado de luxo

 

Segundo um estudo da consultora Deloitte, as 100 maiores empresas de luxo do mundo registaram vendas de 212 mil milhões de dólares no último ano fiscal (terminado a 30 de Junho de 2016), uma subida de 6,8%. A contribuir para o resultado, em algumas geografias, está a desvalorização das divisas dos países onde estão sedeadas em relação ao dólar.

 

A Itália é o país com maior número de empresas no "top" 100, com 26, mas é a França que cabe a maior percentagem das vendas. As malas e acessórios são o sector com maior crescimento.

 

Quase metade das vendas dos produtos de luxo são feitas por consumidores que estão em viagem, seja no estrangeiro ou no aeroporto. São compradores de mercados emergentes como China, Rússia e Emirados Árabes Unidos que estão a impulsionar este mercado mundial.

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