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Brexit: Londres ameaça abandonar negociações se factura for elevada  

Se a factura exigida aos britânicos pelo Brexit for muito elevada, o Reino Unido abandonará. Os custos com projectos comuns no passado também serão tidos em conta.

Chris Ratcliffe/Bloomberg
21 de Maio de 2017 às 18:45
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O Reino Unido irá abandonar as negociações sobre a saída do país da União Europeia caso permaneçam as exigências de uma factura para os britânicos no valor de 100 mil milhões de euros.

 

A garantia foi dada por David Davis (na foto), ministro britânico para o Brexit, dando conta que esta posição é genuína enão representa uma ameaça.

 

Apesar desta perspectiva de divórcio litigioso, em entrevista ao jornal Sunday Times, Davis afirmou que o cenário mais expectável passa por um acordo após o final das negociações, que têm início já no próximo mês de Junho.   

 

As palavras do ministro do Brexit surgem em linha com a posição defendida pela primeira-ministra. Theresa May tem dito que o Reino Unido não pode ser castigado por ter decidido sair da União Europeia, pelo que salvo os britânicos consigam fechar um acordo que lhes seja favorável, abandonarão as negociações.

 

Mesmo uma factura de mil milhões de libras para os britânicos será excessivo, afirmou Davis. A ameaça de abandonar as negociações não é nova. Surgiu logo no início de Maio, quando o Financial Times noticiou que a factura que a União Europeia (UE) apresentaria ao Reino Unido para sair deste grupo ascende a 100 mil milhões de euros.

 

O custo do Brexit para os britânicos tem tido várias somas. O presidente da Comissão Europeia chegou a falar de uma factura de 50 mil milhões de dólares, enquanto o primeiro-ministro do Luxemburgo, Xavier Bettel, adiantou que o custo para os britânicos iria ficar entre 40 e 60 mil milhões de libras.

 

O Governo de Theresa May tem dito que os britânicos vão cumprir os compromissos assumidos com os parceiros europeus, mas questionou os cálculos do valor que o país terá que pagar.

 

"Não podemos fazer parecer que podemos abandonar negociações, temos de ter a capacidade nos afastar", afirmou Davis, acrescentando que "tendo em conta as circunstâncias, se for necessário, estaremos na posição de o fazer".

 

Numa entrevista ao Sunday Telegraph, a primeira-ministra Theresa May avisou que o dinheiro que os britânicos já gastaram em projectos comuns europeus, também deve ser tido em conta na factura final.

 

"Há um enorme debate sobre quais serão as obrigações do Reino Unido [no Brexit], ou mesmo quais são os nossos direitos sobre o dinheiro pago no passado. Iremos olhar para os dois: obrigações e direitos", afirmou May. 

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