David Cameron deu esta segunda-feira uma conferência de imprensa para garantir que as suas declarações de domingo, onde ameaçava os seus ministros eurocépticos de expulsão, foram mal interpretadas pela comunicação social. O primeiro-ministro diz que ainda não tomou uma decisão sobre se permite ou não que cada um faça campanha livremente durante o referendo – trata-se de um cenário hipotético, que será esclarecido a seu tempo.

Este domingo 7 de Junho, quando questionado se tencionaria conceder livre voto aos seus ministros, David Cameron, citado pelo Telegraph, respondeu que já tinha sido muito claro: "Quem quiser fazer parte do governo, tem de assumir que nós estamos empenhados num exercício de renegociação para conseguir um referendo que conduza a um resultado favorável". A uma segunda pergunta, sobre se os ministros teriam de se demitir caso estivessem contra, Cameron respondeu que "todos no governo assinaram o programa assentes no manifesto conservador".  

Foram estas declarações que levaram a comunicação social britânica a anunciar que o primeiro-ministro britânico ameaça demitir os ministros que façam campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia no próximo referendo a ter lugar em 2016 ou 2017.

Cameron diz agora que as suas declarações se referiam ao processo de renegociação com a União Europeia e não à campanha eleitoral, isto é, que a ameaça de demissão é para aqueles ministros que não se revejam no rumo das negociações que vão ser encetadas. "Eu sempre disse que quero um resultado para o Reino Unido que nos permita manter-nos integrados numa União Europeia renovada. Mas também sempre disse que não sabemos quais os resultados dessas negociações, razão pela qual nunca excluí qualquer cenário", sublinhou David Cameron aos jornalistas, durante uma conferência de imprensa que teve lugar na tarde desta segunda-feira.

Quanto ao resto, não responde a "perguntas hipotéticas".