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Bélgica propõe que companhia aérea bielorrussa seja proibida de aterrar na União Europeia

Em causa está o desvio forçado de um voo da Ryanair para Minsk (Bielorrússia) esta tarde, a meio de uma viagem entre Atenas (Grécia) e Vílnius (Lituânia), com 120 passageiros, que culminou com a detenção do jornalista bielorrusso Roman Protasevich, um incidente já criticado por vários países europeus.

EPA
23 de Maio de 2021 às 23:14
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O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, defendeu hoje que o Conselho Europeu deve decidir, na reunião de segunda-feira, sanções à Bielorrússia, incluindo a proibição de a companhia Belavia aterrar em aeroportos da União Europeia (UE).

"Temos de considerar sanções, incluindo a proibição da Belavia de aterrar em aeroportos da UE", afirmou Alexander De Croo numa publicação na rede social Twitter.

Em causa está o desvio forçado de um voo da Ryanair para Minsk (Bielorrússia) esta tarde, a meio de uma viagem entre Atenas (Grécia) e Vílnius (Lituânia), com 120 passageiros, que culminou com a detenção do jornalista bielorrusso Roman Protasevich, um incidente já criticado por vários países europeus.

"A aterragem forçada do voo FR4978 da Ryanair pela Bielorrússia é inaceitável. O Conselho Europeu de amanhã [segunda-feira] deve dar uma mensagem clara e inequívoca", sublinha o primeiro-ministro da Bélgica, frisando que "Roman Protasevich deve ser libertado imediatamente".

Também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, avisou que "o comportamento ultrajante e ilegal do regime na Bielorrússia terá consequências".

"Os responsáveis pelo sequestro do avião da Ryanair devem ser sancionados" e "o jornalista Roman Protasevich deve ser libertado imediatamente", defende Ursula Von der Leyen numa publicação no Twitter, referindo que o Conselho Europeu vai discutir na segunda-feira as medidas a serem tomadas.

Entretanto, os presidentes de comissões parlamentares dos negócios estrangeiros de oito países (Alemanha, República Checa, Irlanda, Reino Unido, Letónia, Lituânia, Polónia e Estados Unidos) emitiram um comunicado conjunto a condenar "a ameaça de violência usada contra um avião civil no espaço aéreo bielorrusso", classificando o ato como "terrorismo de Estado" que colocou passageiros e tripulantes em perigo.

Na declaração conjunta, os presidentes das comissões parlamentares pedem à NATO e à UE sanções, nomeadamente a proibição de todos os voos sobre a Bielorrússia, incluindo voos de e para o país presidido por Alexander Lukashenko.

"Este ato de terrorismo de Estado e de rapto é uma ameaça para todos os que viajam na Europa e para outros países", lê-se no comunicado.

Os parlamentares pedem ainda a suspensão da possibilidade de usar a Interpol e outras organizações para atacar a democracia.

Os chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) vão discutir, na reunião do Conselho Europeu, na segunda-feira, em Bruxelas, "possíveis sanções" contra a Bielorrússia, anunciou o porta-voz do Conselho Europeu Baren Leyts.

Também o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considerou que o desvio do avião é "um incidente sério e perigoso que requer investigação internacional".

O avião da Ryanair fazia um voo entre a Grécia e a Lituânia, dois países membros da NATO.

Roman Protasevich, cujo canal Nexta na rede social Telegram se tornou na principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020, viajava de Atenas para Vílnius e acabou detido pelas autoridades bielorrussas, quando os cerca de 120 passageiros do avião da Ryanair foram forçados a submeter-se a novo controlo em Minsk devido a um suposto aviso de bomba.

Em novembro de 2020, Protasevich e Stepan Putilo, fundadores do canal Nexta, foram acusados de organizarem motins e incitarem ao ódio contra funcionários e a polícia. Na sequência dessa acusação, os dois foram incluídos na lista de terroristas e o poder judicial bielorrusso considerou a Nexta uma organização extremista.

Desde o início dos protestos na antiga república soviética, centenas de jornalistas foram detidos e quase 20 estão ainda presos. Já esta semana foram detidos vários funcionários e repórteres do popular 'website' da oposição tut.by, cujo acesso foi bloqueado no âmbito de um caso de evasão fiscal.
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