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UE unida nas vacinas, diverge nas leis climáticas

No segundo dia de um Conselho Europeu tomado de assalto pelo desvio do avião da Ryanair pelas autoridades da Bielorrússia, os líderes europeus confirmaram a doação de 100 milhões de doses até ao final de 2021, porém ficaram aquém de avanços em matéria climática. Comissão ficou de apresentar propostas para partilha do esforço na redução das emissões.

EPA
25 de Maio de 2021 às 18:59
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Os líderes da União Europeia concordaram com a proposta da Comissão Europeia relativa à doação de 100 milhões de doses até ao final deste ano, mas não obtiveram avanços no que à legislação verde necessária ao cumprimento das metas do Green Deal diz respeito, deixando a cargo do órgão liderado por Ursula von der Leyen a responsabilidade de apresentar propostas legislativas que garantam uma justa partilha de esforços.

Neste segundo dia de Conselho Europeu, os líderes dos 27 Estados-membros reiteraram o "compromisso em acelerar a vacinação" e em "partilhar" esse esforço com os países mais necessitados, formalizando o objetivo proposto pela Comissão da doação de 100 milhões de doses até ao final de 2021. Intenção esta acompanhada pelo objetivo de ajudar as economias mais pobres a "desenvolver capacidade local de produção" de vacinas.

Ainda em relação às vacinas, e com a UE a caminho da imunização de 70% da população adulta europeia até ao final de julho, Von der Leyen apontou três desafios que a União tem de enfrentar no decurso deste ano, em 2022 e 2023: como vacinar a população mais jovem; se e quando será necessário atualizar a imunidade com uma terceira dose; r como combater a ameaça colocada pelas novas estirpes. Será preciso "aconselhamento científico" porque esta não é uma "decisão política, mas técnica", frisou.

Mais difícil foi a consensualização de posições sobre o enquadramento jurídico necessário à redução das emissões em pelo menos 55% até 2030 como previsto na lei do clima aprovada durante a atual presidência portuguesa da UE. "Afirmámos os nossos objetivos comuns", declarou Charles Michel, presidente do Conselho.

Mas se os objetivos ambientais "já não são questionados", falta saber "qual a melhor forma" de os alcançar, salientou Von der Leyen. De acordo com o Politico, a Polónia considera que o quadro em que Bruxelas está a trabalhar prejudica os países mais atrasados no processo de transição climática, o que, aliado a outras diferenças salientadas, levou à não inclusão nas conclusões da cimeira de vários parágrafos sobre regras referentes às emissões.

No final da cimeira, o primeiro-ministro António Costa afastou divergências nesta matéria e garantiu que "o debate revelou um conjunto de orientações muito rico e diverso e, portanto, difícil de sintetizar num comunicado". Certo é que a Comissão foi encarregada de apresentar, nas próximas semanas, um "pacote legislativo" tendente aos objetivos climáticos.

Esta cimeira acabou por ter no centro das atenções o desvio de um avião pela Bielorrússia para detenção de um jornalista opositor do regime. Houve unanimidade na condenação de um ato que configura "terrorismo de Estado" e no reforço das sanções sobre o país, porém, como sinalizou a chanceler alemã Angela Merkel, faltou convergência "sobre como lidar com a Rússia", outro dos dossiers que esteve em debate.
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