O investidor multimilionário George Soros acredita que há um verdadeiro risco de as políticas de austeridade na Zona Euro virem a destruir a União Europeia.

A ideia não é nova já que Soros vem defendendo-a há algum tempo, dizendo que a crise financeira poderá desencadear um problema político profundo.

Numa conferência na China, onde é citado pela agência Bloomberg, Soros indicou que, neste momento, a Zona Euro é mesmo o principal centro de turbulência no sistema financeiro global. A união monetária será o centro da tempestade de um próximo ano que Soros acredita vir a ser problemático.

Na parte da sua intervenção em que falou da Europa, o investidor que apostou contra a libra na última década do século XX explicou que, por um lado, foi criado um banco central comum (Banco Central Europeu) mas que, por outro, não foi constituída uma autoridade monetária comum.

Tal acabou por fazer com que os governos de cada um dos países da União Europeia fossem alvo de um maior risco de incumprimento, já que estão a emitir dívida numa moeda que não podem controlar, indicou George Soros, segundo cita a agência de informação.

Na opinião deste agente do mercado, além do factor interno, o desempenho da economia europeia vai ser penalizado por outros dois factores: a queda do iene e da libra esterlina. Já do lado dos Estados Unidos, o investidor considera que é a economia desenvolvida mais forte neste momento – Soros tem, aliás, tirado partido da valorização de empresas americanas, nomeadamente de bancos.  

Angela Merkel está a levar a Zona Euro na direcção errada, conclui George Soros. O milionário tem vindo a defender essa ideia, acreditando que os programas de austeridade são contraproducentes.