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Renzi recusa olhar para Espanha como modelo porque tem “o dobro do desemprego de Itália”

O primeiro-ministro italiano respondeu às vozes que apontam as reformas estruturais seguidas por Madrid, nomeadamente a da directora-geral do FMI, garantindo que sente “vontade de rir quando dizem que Espanha deve ser o nosso modelo”. Renzi ameaça com eleições antecipadas se Parlamento não aprovar reformas.

Reuters
16 de Setembro de 2014 às 16:23
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O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, disse esta terça-feira no Parlamento que recusa olhar para Espanha como o exemplo que o Governo italiano deve seguir. Renzi responde desta forma à, entre outras, declaração da directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que na semana passada afirmou que "o único país que progride é Espanha".

 

No dia em que Renzi apresenta o programa para o que resta da legislatura, o líder italiano, citado pelo Cinco Días, afirmou que o "modelo a seguir" pelo seu país "não pode ser o de Espanha, que tem o dobro do desemprego de Itália".

 

"Sinto vontade de rir quando dizem que Espanha deve ser o nosso modelo", ironizou Renzi citado pelo Expansión. "Estimo o país [Espanha] e o seu primeiro-ministro [Mariano Rajoy], mas quando me dizem que o nosso modelo deve ser o de um país com o dobro do nosso desemprego, fico preocupado", concluiu.

 

Itália, que detém uma taxa de desemprego de 12,5%, "não pode imitar outros países europeus e baixar os salários", defendeu Matteo Renzi, argumentando que "tal implicaria uma Itália com produção de baixa qualidade  e com menor poder de compra da sua classe média", exactamente o oposto das propostas que vêm sendo defendidas pelo primeiro-ministro italiano.

 

Ainda na intervenção perante os deputados transalpinos, Renzi insistiu na defesa do seu programa de "mil dias", cujo término aponta para o final da legislatura em Fevereiro de 2018, alertando que o Parlamento não se pode permitir a manobras dilatórias das necessitadas reformas. O chefe do Executivo pretende efectivar reformas do sistema eleitoral, da justiça e do sistema laboral.

 

Nesse sentido, à carga contra os seus opositores, Renzi voltou a jogar a cartada da convocação de eleições antecipadas, caso a oposição impeça as urgentes reformas. "É a última hipótese para Itália depois de ter perdido tanto tempo", assegurando ainda que "não temos medo de eleições", segundo transcreve o la Stampa.

 

O político italiano mostra-se confiante de que o povo transalpino compreende a necessidade das reformas por si propostas, pelo que acredita que em sede de eleições os cidadãos iriam reforçar o apoio no Partido Democratico (PD), que lidera.

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