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PD mostra disponibilidade para negociar governo com o 5 Estrelas

O secretário-geral interino do PD mostrou abertura a negociar com o Movimento 5 Estrelas uma solução de governo. O PD condiciona essa disponibilidade ao rompimento das negociações entre 5 Estrelas e a Liga de Matteo Salvini, fractura que Di Maio garante ser já facto consumado.

Reuters
24 de Abril de 2018 às 18:22
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Reviravolta ou, pelo menos, reviravolta. O PD pós-Renzi está disponível para dialogar com o Movimento 5 Estrelas de Luigi Di Maio para tentar encontrar uma solução governativa capaz de retirar Itália do bloqueio político vigente.

A garantia foi dada esta terça-feira, 24 de Abril, por Maurizio Martina (na foto), o secretário-geral interino do PD que substitui interinamente Matteo Renzi na liderança do partido de centro-esquerda.

Na sequência da enorme derrota eleitoral do PD nas eleições de 4 de Março, Renzi havia posto de parte qualquer hipótese de acordo com o 5 Estrelas, considerando que o partido estava limitado a um papel de liderança da oposição. Depois de um encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Roberto Fico (5 Estrelas), o líder do PD explicou aos jornalistas os motivos e a condição que tornam possível este volte-face na posição pós-eleitoral do partido.


"Dissemos ao presidente Fico que depois de 50 dias desta situação de impossibilidade e incapacidade de obter uma proposta praticável de governo, nós estamos obviamente disponíveis para avaliar o facto novo, se se vier a confirmar o fim de qualquer tentativa de um acordo entre o 5 Estrelas, a Liga e o centro-direita", afirmou Maurizio Martina, citado pelo Corriere della Sera.

Este encontro decorreu depois de Roberto Fico ter recebido, esta segunda-feira, um mandato exploratório da parte do presidente da República, Sergio Mattarella, com vista a tentar encontrar uma fórmula capaz de gerar uma solução de governo. Mattarella concluiu duas rondas de auscultação aos líderes partidários que confirmaram o actual impasse, já que o 5 Estrelas rejeita integrar qualquer hipótese de Executivo em que participe também o Força Itália do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

Por seu lado, a Liga de Matteo Salvini recusa deixar cair o seu parceiro de coligação que juntamente ao Irmãos de Itália de Giogia Meloni formaram a aliança de centro-direita. O 5 Estrelas foi o partido mais votado nas eleições, porém a coligação de centro-direita foi a força que garantiu mais assentos no parlamento transalpino.

O secretário-geral interino do PD acrescentou que esta mudança estratégica se fica a dever somente ao arrastar da indefinição e não a uma avaliação precipitada ao último resultado eleitoral: "Nós definimos as nossas avaliações imediatamente posteriores a 4 de Março com base num cenário, o da nossa derrota e no dever das forças prevalecentes de formar governo".

Já depois de também se ter reunido com Fico, seu colega de partido, Di Maio afirmou aos jornalistas que está fechado qualquer canal de diálogo com a Liga de Salvini. Ou seja, Di Maio coloca-se numa posição de dependência face ao PD, uma vez que se não contar com o apoio da direita precisa daquele partido para formar governo.

No entanto, esta abertura negocial não é consensual no seio do PD. Além das críticas já feitas por alguns ministros ainda em funções que rejeitam qualquer tipo de aliança com o partido de Di Maio, o líder democrata do Senado, Andrea Marcucci, citado pelo La Stampa, avisa que "a nossa disponibilidade existe, mas parece-me muito difícil" a respectiva concretização.


Matteo Salvini avisou entretanto que "não pode haver governo sem o centro-direita", uma aliança que o líder da Liga sustenta ser a verdadeira vencedora das últimas eleições. Salvini disputa com Di Maio o direito a protagonizar o próximo Executivo. Na próxima quinta-feira termina o prazo estipulado estabelecido pelo presidente Mattarella para que seja encontrada uma solução capaz de assegurar apoio parlamentar maioritário.

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