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Panama Papers provoca baixa no Governo espanhol
José Manuel Soria demitiu-se do cargo de ministro da Indústria depois de terem surgido notícias que o ligam ao caso Panama Papers.
A investigação Panama Papers já fez uma baixa no Governo espanhol. Apesar de ter negado envolvimento no caso, o ministro José Manuel Soria pediu esta manhã a demissão.
A saída de Soria surge depois de terem surgido novos dados que vinculam o ministro a actividades empresariais ligadas a entidades "offshore".
O ministro da Indústria, Energia e Turismo de Espanha, bem como o Governo espanhol, tinham negado na esta segunda-feira qualquer envolvimento numa empresa "offshore" cujo nome integra a lista de visados no escândalo Panama Papers.
Contudo, na quinta-feira foi tornado público um documento que mostra que Soria tem uma empresa sedeada nas Ilhas Jersey. Uma revelação que precipitou o pedido de demissão já que o ministro tinha antes negado a ligação a este paraíso fiscal.
"A partir de hoje deixo toda a actividade política", refere o comunicado de Soria, que abandona também o cargo de deputado e presidente do PP nas Canárias (região de onde é natural).
Soria explica que o pedido de demissão acontece "à luz da sucessão de erros cometidos ao longo dos últimos dias na explicação das [suas] actividades empresariais anteriores à [sua] entrada na política em 1995". Num comunicado citado pela Lusa, Soria considera que esses erros se deveram à "falta de informação precisa sobre factos que ocorreram há mais de 20 anos" e "sem prejuízo de que tais actividades empresariais tenham tido vínculo algum com o exercício das responsabilidades políticas".
No início da semana o canal La Sexta avançou que Soria foi administrador em 1992 e por um breve período de uma firma "offshore" denominada UK Lines Limited com sede nas Bahamas. "Nego absolutamente que tenha alguma coisa a ver com qualquer empresa sedeada no Panamá, ou qualquer outro paraíso fiscal", garantiu na altura o ministro.
Além de Soria, há outras figuras de destaque em Espanha envolvidas no Panama Papers, entre elas o futebolista Lionel Messi, o realizador Pedro Almodovar e o escritor Mario Vargas Llosa, sendo que todos negaram quaisquer más práticas.
(notícia actualizada às 8:50 com mais informação)