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Governo espanhol defende nomeação de ex-ministro implicado em "Papéis do Panamá"

O Executivo espanhol ainda em funções defendeu a escolha de José Manuel Soria, implicado nos Papéis do Panamá", para director executivo do Banco Mundial. A decisão foi criticada pela oposição e também por elementos do próprio PP.

Reuters
05 de Setembro de 2016 às 18:34
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O Governo espanhol defendeu esta segunda-feira, 5 de Setembro, a nomeação do ex-ministro da Indústria implicado no escândalo dos "Papéis do Panamá" como director executivo do Banco Mundial, enquanto toda a oposição e alguns membros do PP criticaram a escolha feita.

O chefe do Governo em Funções, Mariano Rajoy, defendeu hoje que José Manuel Soria se demitiu quando o seu nome e membros da sua família apareceu associado a empresas 'offshore' listadas nos "Papéis do Panamá" em Abril, e que nessa altura "saiu da política, deixou de ser deputado e manifestou a sua intenção de não voltar à política nunca mais".

O chefe de Governo em funções sublinhou que Soria se tem comportado como um funcionário e não como um político, em declarações feitas na China, à margem da Cimeira do G20.

Outros membros do Governo também apoiaram a nomeação do ex-ministro, como o chefe da diplomacia, José Manuel García-Margallo, que afirmou que um técnico comercial do Estado pode optar por esse posto e isso não deve ser problemático, ou o ministro da Educação, Íñigo Méndez de Vigo, que assegurou que o Governo não teve nada a ver com a nomeação.

Por outro lado, vários dirigentes do PP criticaram a decisão, assim como toda a oposição espanhola.

A presidente da Comunidade de Madrid, Cristina Cifuentes, foi uma dos responsáveis do PP que não teve dúvidas ao afirmar que a nomeação "não devia ter sido feita", e que seja por razões técnicas ou não, o responsável pela decisão vai ter de explicar a escolha.

O secretário-geral do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), Pedro Sánchez, voltou hoje a insistir numa mudança de Governo porque "quatro anos mais com Rajoy só irão trazer mais casos Soria".

Toda a oposição, o que inclui o Cidadãos (centro-direita) que apoiou a investidura derrotada de Mariano Rajoy na semana passada, pediu a ida, para dar explicações, ao Congresso dos Deputados (parlamento) do ministro de Economia, Luís de Guindos.

Os "Papéis do Panamá", mais de 11 milhões de documentos da sociedade de advogados Mossack Fonseca foram divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação e revelam a utilização de paraísos fiscais que escondem os rendimentos de pessoas e empresas de todo mundo.
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