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Novas barreiras comerciais podem afectar exportações europeias em 23,1 mil milhões

Apesar de ter conseguido resolver 45 obstáculos ao comércio no ano passado, a União Europeia foi alvo de 67 novas barreiras que podem afectar potencialmente 23,1 mil milhões de euros em exportações.

26 de Junho de 2018 às 13:02
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A imposição de tarifas aduaneiras, como as que Donald Trump já aplicou ou ameaçou, impacta de forma directa o comércio entre países, mas não se esgotam em si. Há outros meios que dificultam as trocas comerciais entre diferentes mercados. Num relatório sobre o comércio, a Comissão Europeia é inequívoca: o proteccionismo tem vindo a aumentar. Apesar de ter conseguido resolver 45 obstáculos ao comércio para as empresas europeias - um recorde desde o início desta monitorização em 2008 -, a União Europeia "ganhou" mais 67 barreiras comerciais.

"Num momento em que o mundo do comércio hoje em dia regista um aumento do proteccionismo, o nosso trabalho diário de remoção das barreiras comerciais torna-se cada vez mais proeminente", refere a Comissão Europeia no relatório "Trade and Investment Barriers" publicado esta terça-feira. A principal preocupação destacada por Bruxelas é que, apesar de os países do G20 terem acordado na redução do proteccionismo, são as grandes economias mundiais que mais barreiras põem ao comércio.

No final de 2017 existiam 396 barreiras ao comércio activas, um "recorde histórico", segundo o mesmo relatório. Dessas, foram retiradas 45 barreiras, o que poderá ter um efeito positivo nas exportações europeias na ordem dos 8,2 mil milhões de euros. Esta é uma estimativa conservadora que pode estar a subestimar o impacto positivo, de acordo com o relatório.

Contudo, o efeito contrário em 2017 foi superior: os cálculos de Bruxelas apontam para que as 67 novas barreiras comerciais criadas no ano passado possam afectar potencialmente as exportações europeias em cerca de 23,1 mil milhões de euros, o que corresponde a 1,2% do total. 

Voltando ao que foi solucionado, das 45 barreiras resolvidas, 34 estavam relacionadas com problemas na fronteira e 11 dentro do território. A maior parte dos problemas resolvidos centravam-se no sector da agricultura e das pescas. O país onde mais barreiras foram removidas foi a China.

Por outro lado, foi também em território chinês que mais barreiras novas foram criadas. "A China ainda é um dos países que recorre mais a barreiras no acesso aos mercados tanto em termos de stock (25) como nas novas barreiras identificadas em 2017 (10)", assinala o relatório de Bruxelas.

Mas há um país ainda mais complicado: é o caso da Rússia. Há 36 problemas entre o mercado europeu e o russo, principalmente pela dificuldade na resolução dos conflitos. De recordar que, por causa da situação na Crimeia, a União Europeia continua a aplicar sanções económicas à Rússia.

Nos 10 países que mais barreiras colocam estão também os EUA. Eram 20 os obstáculos ao comércio em 2017, aos quais se juntam agora as tarifas aduaneiras ao aço e alumínio aplicadas este ano e, no futuro, caso a ameaça se concretize, ao sector automóvel.

No que toca a acordos comerciais, houve algum progresso na União Europeia no ano passado. Foi em 2017 que começou a aplicação provisório do acordo com o Canadá, que as negociações com o Japão concluíram e que houve progressos no acordo com o México. Este ano deverão começar as negociações com a Austrália e Nova Zelândia.

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