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Novas barreiras comerciais podem afectar exportações europeias em 23,1 mil milhões
Apesar de ter conseguido resolver 45 obstáculos ao comércio no ano passado, a União Europeia foi alvo de 67 novas barreiras que podem afectar potencialmente 23,1 mil milhões de euros em exportações.
"Num momento em que o mundo do comércio hoje em dia regista um aumento do proteccionismo, o nosso trabalho diário de remoção das barreiras comerciais torna-se cada vez mais proeminente", refere a Comissão Europeia no relatório "Trade and Investment Barriers" publicado esta terça-feira. A principal preocupação destacada por Bruxelas é que, apesar de os países do G20 terem acordado na redução do proteccionismo, são as grandes economias mundiais que mais barreiras põem ao comércio.
Contudo, o efeito contrário em 2017 foi superior: os cálculos de Bruxelas apontam para que as 67 novas barreiras comerciais criadas no ano passado possam afectar potencialmente as exportações europeias em cerca de 23,1 mil milhões de euros, o que corresponde a 1,2% do total.
Voltando ao que foi solucionado, das 45 barreiras resolvidas, 34 estavam relacionadas com problemas na fronteira e 11 dentro do território. A maior parte dos problemas resolvidos centravam-se no sector da agricultura e das pescas. O país onde mais barreiras foram removidas foi a China.
Mas há um país ainda mais complicado: é o caso da Rússia. Há 36 problemas entre o mercado europeu e o russo, principalmente pela dificuldade na resolução dos conflitos. De recordar que, por causa da situação na Crimeia, a União Europeia continua a aplicar sanções económicas à Rússia.
Nos 10 países que mais barreiras colocam estão também os EUA. Eram 20 os obstáculos ao comércio em 2017, aos quais se juntam agora as tarifas aduaneiras ao aço e alumínio aplicadas este ano e, no futuro, caso a ameaça se concretize, ao sector automóvel.
No que toca a acordos comerciais, houve algum progresso na União Europeia no ano passado. Foi em 2017 que começou a aplicação provisório do acordo com o Canadá, que as negociações com o Japão concluíram e que houve progressos no acordo com o México. Este ano deverão começar as negociações com a Austrália e Nova Zelândia.