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EUA impedem "roubo da sua tecnologia" e afundam bolsas

As tensões comerciais entre os Estados Unidos e outras economias-chave continuam a fazer mossa nas bolsas de todo o mundo. Em Wall Street, há mais de dois meses que os principais índices não caíam tanto numa só sessão.

Reuters
25 de Junho de 2018 às 21:22
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O Dow Jones fechou a recuar 1,33% para 24.252,80 pontos e o Standard & Poor’s 500 perdeu 1,37% para 2.717,07 pontos.

 

Por seu lado, o índice tecnológico Nasdaq Composite cedeu 2,09%, a valer 7.532,01 pontos.

 

O intensificar de ameaças no âmbito das tensões comerciais que opõem os Estados Unidos a grandes economias, como a China e a União Europeia, voltou assim a fazer estragos no sentimento dos investidores.

 

As bolsas do outro lado do Atlântico registaram as quedas mais acentuadas em mais de dois meses e o sector que mais penalizou foi o tecnológico.

 

Isto porque o Departamento norte-americano do Tesouro está a definir restrições que irão impedir que as empresas que tenham pelo menos 25% de capital accionista chinês possam comprar companhias norte-americanas, afirmou um responsável da Casa Branca citado pela Reuters.

 

O secretário norte-americano do Tesouro, Steven Mnuchin, veio lançar mais achas na fogueira ao desmentir aquela informação. Isto porque escreveu numa mensagem no Twitter que essas restrições não se aplicarão especificamente à China, "mas a todos os países que estão a tentar roubar a nossa tecnologia".

 

O sub-índice tecnológico do S&P 500 afundou 3%, naquela que foi a sua maior queda em quase três meses.

 

Por seu lado, o índice de semicondutores de Filadélfia mergulhou 3,7%, com as acções das fabricantes de microchips a afundarem, uma vez que grande parte das suas receitas provêm da China.

 

Outro destaque pela negativa foi o da fabricante de motas Harley-Davidson, que encerrou a sessão a afundar 5,97% para 41,57 dólares, depois de ter chegado a cair mais de 7%.

 

A Harley Davidson anunciou hoje que vai transferir parte da sua produção dos EUA [ou seja, as motorizadas que exporta para a União Europeia] para outros países, de forma a evitar as tarifas impostas pela UE desde a passada sexta-feira (e que incluem motas de alta cilindrada) em retaliação contra as medidas proteccionistas de Donald Trump.

Os investidores receiam que outras fabricantes norte-americanas tomem decisões similares, o que penalizará fortemente a economia dos Estados Unidos.

Trump ameaçou "retaliar contra a retaliação" da União Europeia, impondo tarifas adicionais – desta vez à entrada de automóveis provenientes do bloco europeu. Mas hoje a Moody’s já veio alertar para o impacto global da medida, já que esta afectará também as fabricantes dos EUA.

Foi isso que aconteceu, por exemplo, com a soja norte-americana, que é o maior produto de exportação agrícola dos Estados Unidos para a China e que foi de imediato incluída na lista de Pequim em reacção às tarifas aduaneiras da Casa Branca sobre o aço e alumínio chinês.

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