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Moody’s diz que tarifas dos EUA sobre os automóveis afectam o sector a nível global
Trump ameaçou a Europa com tarifas sobre as importações automóveis, mas a Moody’s alerta para o impacto global da medida, o que afectaria também as fabricantes dos EUA. Já a China é das menos afectadas.
Trump tem mais uma carta na manga para dar continuidade à guerra comercial. A Casa Branca quer lançar tarifas de 25% sobre os veículos importados, em resposta às penalizações aplicadas pela Europa no decurso das tarifas sobre o aço e alumínio.
Mas o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro e alastrar muito além das fronteiras do Velho Continente, diz a Moody’s: "estas tarifas seriam negativas para a larga maioria dos grupos do sector – fabricantes, fornecedores de peças, retalhistas e companhias de transporte".
Na Europa, "as fabricantes sem produção nos EUA, como a Jaguar e a Land Rover, sofrerão desproporcionalmente", avisa a agência de rating. Contudo, as alemãs BMW, Daimler e Volkswagen, apesar de importarem de outros países mais de metade dos veículos que vendem nos EUA, não sofrerão um grande impacto no total das vendas. A francesa Renault só deverá ser afectada indirectamente, dada a parceria com a Nissan.
Já os consumidores europeus poderão sentir a diferença. Marcas premium como a BMW, Mercedes-Benz, Audi e Porsche, Jaguar, Land Rover, Volvo, Jeep, Maserati e Alfa Romeo "estarão mais bem posicionadas para transferir pelo menos parte dos encargos com as tarifas para os clientes, que são menos sensíveis ao preço do que aqueles das marcas de produção em massa".
Entre os grandes prejudicados estarão também a Ford e a General Motors, duas empresas americanas que dependem de importações para as operações no país. No caso da General Motors, esta dependência ascende aos 30%, enquanto a Ford se fica um pouco abaixo, nos 20%. Os custos mais elevados decorrentes de possíveis – e prováveis – mudanças nas operações "acabarão [uma vez mais] por ser passados aos consumidores", escreve a Moody’s.
As ameaças de Trump surgiram na última sexta-feira, o dia em que a Europa iniciou a aplicação de tarifas de 25% sobre uma lista de 100 bens norte-americanos. Bruxelas reagiu desta forma às taxas de Trump sobre a importação de aço e alumínio proveniente da União Europeia. As tarifas dos EUA sobre o aço e alumínio importados da UE já estão em vigor desde 1 de Junho e ascendem aos 25% e 10%, respectivamente.