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Nacionalistas vencem eleições para Parlamento da Escócia

A vitória dos nacionalistas escoceses nas eleições para o Parlamento teve sabor a derrota. O SNP não só não alcançou a pretendida maioria como perdeu seis mandatos face a 2011. O Partido Conservador de Cameron foi o que mais subiu.

06 de Maio de 2016 às 12:55
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Numa altura em que prossegue a contagem dos votos para a generalidade dos representantes que serão eleitos nas eleições municipais britânicas que decorreram na passada quinta-feira, há já uma meia surpresa. Apesar de ter vencido as eleições para o Parlamento da Escócia, o Partido Nacional Escocês (SNP) ficou bastante longe da maioria pretendida e a léguas do resultado alcançado nas legislativas britânicas de 2015.

 

Com a totalidade dos votos apurados, os nacionalistas escoceses elegeram 63 representantes para o Parlamento local, menos seis do que os eleitos no sufrágio de 2011. Assim a líder do partido desde Novembro de 2014, Nicola Sturgeon, acabou por ter um resultado pior do que o seu antecessor na liderança do SNP, Alex Salmond.

 

O resultado do SNP é tanto mais surpreendente na medida em que nas últimas legislativas britânicas, que em Maio do ano passado garantiram uma inesperada maioria absoluta ao Partido Conservador do primeiro-ministro David Cameron, os nacionalistas escoceses ficaram com 56 dos 59 mandatos parlamentares em disputa na circunscrição escocesa.

 

Há ainda um outro vencedor relativo, o Partido Conservador (Tories), e um derrotado de facto, o Partido Trabalhista (Labour). O partido de Cameron obteve 31 mandatos, mais 16 do que há cinco anos, enquanto os trabalhistas, naquele que é o primeiro teste eleitoral do novo líder, Jeremy Corbyn, perderam 13 assentos parlamentares ao garantirem somente 24 mandatos.  

Nota ainda para os Verdes com seis deputados eleitos, mais quarto do que em 2011, e para os cinco assentos parlamentares conseguidos pelos Liberais Democratas que assim repetiu o resultado de há cinco anos.

 

Trabalhistas mantêm domínio em Gales

 

Contrariamente ao verificado na Escócia, o Labour manteve o domínio no Parlamento do País de Gales, ao assegurar 29 dos 60 mandatos em jogo, o que configura a perda de apenas um deputado comparativamente com o resultado conseguido nas últimas eleições e que deixou o partido de Corbyn muito perto da maioria.

 

Pior foi o resultado dos tories em Gales, com os conservadores a perderem a segunda posição para o Plaid Cymru (Partido do País de Gales, independentista). O Partido Conservador perdeu três mandatos para um total de 11 assentos enquanto os independentistas galeses ganharam um deputado chegando assim aos 12.

 

Já o partido eurocéptico e anti-imigração UKIP, liderado por Nigel Farage, conseguiu um bom resultado em Gales, garantindo sete mandatos. Em 2011 o UKIP não elegeu nenhum deputado. 

Mesmo com muitos resultados finais ainda por apurar referentes às eleições de ontem, chamadas de "super quinta-feira, em que os eleitores britânicos foram chamados às urnas para escolher os respectivos representantes nos parlamentos da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, bem como nas 124 assembleias municipais de Inglaterra, os presidentes das câmaras de Londres, Liverpool, Bristol e Salford, e ainda os comissários das polícias inglesa e galesa, tanto Cameron como Corbyn já reagiram. 

Para o primeiro-ministro inglês, os resultados já conhecidos mostram que "o Labour perdeu contacto com a classe trabalhadora que eles supostamente representam" e notou que "depois de seis anos no poder estamos (os tories) a reforçar a nossa posição nos governos locais". Cameron deu ainda os parabéns a Ruth Davidson, a líder dos conservadores escoceses, pelo "resultado histórico" conseguido e que lhe permitirá fazer uma "forte oposição" ao SNP. 

Congratulations to @Ruth_E_Davidson on this historic result: she is a leader who will stand up to the SNP & give Scotland strong opposition.

— David Cameron (@David_Cameron) 6 de maio de 2016

Mas com o Labour a manter o essencial do seu peso, tanto no Parlamento galês como nas assembleias municipais inglesas, Jeremy Corbyn sublinhou que os trabalhistas conseguiram "aguentar-se" e aumentar o apoio em algumas áreas. Com resultados finais já apurados em Liverpool, o trabalhista Joe Anderson viu o seu mandato renovado com quase 53%. Anderson foi o primeiro mayor de Liverpool directamente eleito. O Labour também assegurou o controlo da assembleia de Liverpool.

Ainda em curso está a contagem dos votos em Londres, onde o trabalhista Sadiq Khan parece estar mesmo prestes a tornar-se no primeiro muçulmano a liderar a capital inglesa. Embora os resultados dos votos preferenciais só devam ser divulgados por volta das 18:00 em Londres (a mesma hora em Lisboa), Khan mantém uma confortável vantagem sobre o seu principal adversário, o torie Zac Goldsmith que pretende suceder ao seu companheiro de partido e actual mayor, Boris Johnson.

Note-se que se nenhum candidato conseguir metade mais um votos preferenciais, é então iniciada a contagem das segundas escolhas para se apurar o vencedor das autárquicas londrinas. Já no que diz respeito ao Parlamento da Irlanda do Norte, que também foi ontem a votos, os resultados finais só deverão ser conhecidos este sábado, 7 de Maio.

 

(Notícia actualizada às 13:45)

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