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Merkel não chega à "Jamaica" no prazo auto-imposto para formar coligação de governo
Apesar de se terem prolongado noite dentro, as negociações com vista à formação de uma coligação governativa com apoio parlamentar maioritário não chegaram a bom porto na data-limite informal definida pela chanceler germânica.
A intenção de Angela Merkel não se concretizou e a Alemanha continua distante de formar a apelidada coligação Jamaica (as cores dos partidos envolvidos são as mesmas da bandeira do país caribenho).
As negociações para a formação de uma coligação governativa deverão assim prolongar-se nos próximos dias, isto depois de o prazo-limite informal estabelecido pela chanceler alemã para alcançar um acordo de princípio ter terminado esta quinta-feira sem fumo branco.
Angela Merkel tinha definido o dia 16 de Novembro como a data-limite para que os quatro partidos envolvidos em conversações exploratórias alcançassem um acordo mínimo que permitisse passar à negociação formal de uma coligação entre a aliança democrata-cristã (CDU de Merkel e o partido-irmão bávaro CSU), liberais (FDP) e Verdes.
As conversações, iniciadas há cerca de um mês, estenderam-se desde as 11:00 em Berlim até à última madrugada, sem que fossem ultrapassadas as principais diferenças que impedem um entendimento. Segundo a agência de notícias germânica DPA, as conversas serão retomadas ainda esta sexta-feira, havendo a expectativa de que se possa estender para o fim-de-semana.
A imigração (reunificação familiar dos refugiados), o clima (data para o encerramento das centrais a carvão e fim dos veículos a combustíveis fósseis) e o impacto orçamental das medidas a adoptar nestas áreas são as questões que continuam a dificultar um acordo de princípio.
O tempo para um acordo inicial começa a escassear na medida em que os Verdes têm uma convenção agendada para o próximo dia 25 de Novembro, data em que os ambientalistas votam a aprovação de um evento acordo para prosseguir com negociações formais para forjar a coligação Jamaica, o único cenário que permite à chanceler Merkel prolongar o legado de 12 anos no poder, já que o SPD de Martin Schulz rejeita reeditar a "grande coligação" ainda no governo.
Sem acordo, a Alemanha corre o risco de ter de realizar eleições antecipadas, um cenário que desagrada ao bloco democrata-cristão (CDU e CSU) e aos social-democratas (SPD) que em Setembro registaram respectivamente os piores resultados desde a Segunda Guerra. Pelo contrário, a extrema-direita (AfD) entrou pela primeira vez desde 1949 no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão).