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Alemanha sem acordo de Governo

As negociações não chegaram a bom porto. Angela Merkel não conseguiu desbloquear o impasse. E o FDP já disse que terminava as conversações. Merkel vai informar o presidente alemão.

Reuters
19 de Novembro de 2017 às 23:02
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O partido de Angela Merkel, vencedor das eleições de Setembro mas sem maioria, não conseguiu um acordo com outros partidos na Alemanha para avançar com a constituição de um governo. A tarefa parece estar cada vez mais difícil. Merkel já fez saber que vai informar o presidente alemão do fracasso das negociações, noticiou a Reuters, já passava da meia-noite. 

Segundo a Reuters, as negociações entraram em ruptura no domingo, depois do (FDP) se ter retirado do processo, citando diferenças irreconciliáveis. 

A decisão do FDP, noticiada pela Reuters às 23:00 deste domingo, significam que Merkel entra agora num impasse, que pode conduzir a uma crise política.

"Não houve progresso hoje [domingo], até houve revezes", declarou a líder do FDP, Christian Lindner.

A chanceler alemão informou que vai, por isso, encontrar-se com o presidente da Alemanha para lhe dar conta que fracassou na formação de uma coligação governativa com os Verdes e FDP. Segundo a Reuters, a decisão de se encontrar com Frank-Walter Steinmeier, que tem o poder de convocar novo acto eleitoral, poderá sinalizar que Merkel não procurará formar um governo minoritário apenas com os Verdes. 

"É um dia de profunda reflexão sobre como avançar na Alemanha", declarou Merkel aos jornalistas, citada pela Reuters. "Como chanceler, farei tudo para assegurar que o país é bem gerido nas semanas difíceis que se avizinham".

Durante a tarde de domingo, as agências internacionais falavam em impasses nas negociações, com o tema da imigração a ser o principal ponto de discórdia. Notícias na Alemanha, segundo o Guardian, dão conta que os Verdes propuseram um compromisso de aceitar limitar a entrada no país de migrantes a 200 mil.

Outro dos temas de discórdia tem a ver com as alterações climáticas, com os Verdes a reclamarem uma redução drástica na produção de electricidade das centrais a carvão, enquanto os outros partidos temem pelos empregos associados.

O prazo definido pela própria Angela Merkel para chegar a acordo tinha terminado na sexta-feira. E o impasse estendeu-se pelo fim-de-semana, período no qual continuaram as negociações, mas sem sucesso. O vice-presidente do FDP, Wolfgang Kubicki, tinha, durante o fim-de-semana, determinado um prazo para as negociações: seis da tarde de domingo, mas mesmo depois dessa hora as negociações continuaram. Até domingo à noite, tendo o FDP entretanto dado por terminadas as negociações.

Com o domingo a chegar ao fim e sem fumo branco, o The Guardian falava em iminente colapso nas negociações. Apesar de à Bloomberg fontes reconhecerem que tinha havido progressos nas "negociações intensas".


As conversações iniciaram-se há um mês. E só depois de haver um acordo mínimo é que se passaria à negociação formal de uma coligação entre a aliança democrata-cristã (CDU de Merkel e o partido-irmão bávaro CSU), liberais (FDP) e Verdes, conhecida como "Jamaica", devido às cores que identificam cada um dos partidos serem as mesmas da bandeira da ilha caribenha. Estes partidos nunca governaram juntos a nível nacional.

Um não acordo pode precipitar a Alemanha numa crise política, já que o segundo partido mais votado em Setembro – o SPD – já fez saber que tenciona ser oposição. Pelo que, a opção pode ser a de realizar novas eleições – o que nunca aconteceu no pós-II Guerra Mundial - ou avançar com um governo minoritário.


(Notícia actualizada às 23:20 depois do FDP ter dito que sairia das negociações e à 1:00 de segunda com declarações de Angela Merkel)

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