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Economia europeia afunda 10% em março e o "pior ainda está para vir"
"Nenhum país está a escapar a uma contração severa", diz Chris Williamson, economista-chefe da IHS Markit.
A evolução do índice da IHS Markit para medir a atividade dos serviços e da indústria mostra bem como a pandemia está a afundar a economia da Zona Euro.
O PMI calculado pela IHS Markit registou em março a maior queda de sempre, com o índice a descer de 51,6 pontos em fevereiro para 29,7 no mês passado. Uma leitura abaixo de 50 indica uma contração do setor que está a ser medido, neste caso os serviços e a indústria. Este índice é seguido com bastante atenção pois é um dos indicadores avançados mais relevantes, antecipando o andamento da economia antes de outros relatórios.
Segundo a IHS Markit, os valores de março apontam para uma contração anualizada da economia de 10%. E a consultora avisa que com empresas a encerrar, a confiança em queda e o desemprego a aumentar, "é inevitável que o pior ainda está para vir".
Os dados que têm sido revelados nos últimos dias apontam para uma recessão profunda na economia europeia, já que a pandemia está a levar muitos países a colocar grande parte da população em quarentena. Isto numa altura em que o número de infetados em todo o mundo já superou um milhão e o de vítimas mortais 50 mil.
O sub-índice da Markit para medir a evolução do serviços registou uma quebra recorde para 26,4, refletindo sobretudo a paralisação do turismo. Em Itália o índice desceu para um mínimo histórico de 17,4, sendo que em quase todos os países que integram este índice (Portugal não está incluído) as quedas em março foram recorde.
"Nenhum país está a escapar a uma contração severa", diz Chris Williamson, economista chefe da IHS Markit. "A queda profunda do setor dos serviços em Itália para apenas 17,4 dá-nos um sinal de como vão ser as coisas nos outros países que estão a impor ‘lockdowns’ que vão ser cada vez mais rigorosos nos próximos meses".