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Declaração de Puigdemont adiada por uma hora

A esperada intervenção do presidente do governo autonómico da Catalunha no parlamento catalão foi adiada por uma hora. A presidente do parlamento regional convocou uma reunião dos porta-vozes parlamentares para avaliar o pedido do PP e Cidadãos de suspensão da sessão plenária em que Puigdemont poderá declarar a independência. 

Reuters
10 de Outubro de 2017 às 17:20
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A eventual declaração unilateral de independência (DUI) da Catalunha está em suspenso por pelo menos uma hora, até às 19:00 em Barcelona (18:00 em Lisboa). Segundo avança o catalão La Vanguadia, citando fontes do governo autonómico (Generalitat), o adiamento terá sido solicitado pelo próprio líder da Generalitat, Carles Puigdemont, que estará em contacto com mediadores internacionais. Já a RTVE adianta que Puigdemont pediu o adiamento a fim de se reunir com o seu grupo parlamentar. 

Puigdemont tinha soliticado a presença no parlamento catalão (parlament) para abordar os resultados do referendo independentista de 1 de Outubro (1-O) - que deu uma vitória ao "sim" à independência com mais de 90% dos votos - e decorrentes efeitos. Tendo em conta a Lei do Referendo aprovada em Setembro último - logo suspensa pelo Tribunal Constitucional espanhol - a expectativa é a de que Puigdemont surgisse perante os deputados catalães para promover a votação da DUI. 

Seja como for, a presidente do parlamentCarme Forcadell, convocou também uma reunião extraordinária da mesa de porta-vozes dos grupos parlamentares catalães. Este encontro dos porta-vozes das forças políticas representadas no parlament tem como objectivo discutir duas questões: uma petição feita pelos grupos parlamentares do PP e do Cidadãos que requerem a suspensão do plenário convocado para as 18:00 desta terça-feira; e analisar o próprio pedido de adiamento feito por Puigdemont. 

A RTVE refere algumas possibilidades que poderão explicar o pedido de adiamento feito pelo presidente da Generalitat. Puigdemont estará perante novos dados após ter conversado com mediadores internacionais e quer partilhá-los com o seu grupo parlamentar; o pedido de suspensão apresentado pelo PP e pelo Cidadãos poderá colher tendo em conta eventuais falhas na convocação da sessão plenária de hoje; ou ainda o facto de os deputados da Candidatura de Unidade Popular (CUP, esquerda radical herdeira do histórico anarquismo catalão) - que apoia no parlamento o governo nacionalista liderado pela coligação separatista Juntos pelo Sim - se terem recusado a assistir ao plenário considerando a declaração de Puigdemont demasiado branda e ambígua. 

É que sem o voto dos deputados da CUP, os nacionalistas não dispõem de maioria no parlamento da Catalunha, pelo que a ausência destes parlamentares inviabilizaria qualquer proposta colocada a votação por Puigdemont. A CUP defende a via da ruptura e não contempla outra hipótese que não a DUI. Já a imprensa espanhola está a avançar a possibilidade de Puigdemont querer fazer uma declaração de independência não imediata, ou seja, sem aplicação imediata, o que abriria a porta ao diálogo entre Madrid e Barcelona. Outra possibilidade idêntica passaria pela suspensão temporária dos efeitos da DUI.

No discurso feito na semana passada, Carles Puigdemont insistiu que a DUI seria aprovada mas fez questão de dar prioridade ao diálogo com as autoridades espanholas, considerando que a solução ideal passaria por diálogo mediado por uma terceira entidade. 

Já esta terça-feira, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, instou po líder da Generalitat a que "não anuncie nada que torne o diálogo impossível". 

(Notícia actualizada às 17:35)

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