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Madrid considera inadmissível declarar independência e suspendê-la de seguida

O Governo espanhol considerou hoje inadmissível "efectuar uma declaração de independência para de imediato deixá-la em suspenso de forma explícita", numa alusão ao discurso do presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, no parlamento regional.

Reuters
10 de Outubro de 2017 às 21:22
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Fontes do Governo de Madrid asseguraram à agência noticiosa Efe que não se pode aceitar a validade da lei catalã do referendo, que está suspensa pelo Tribunal constitucional de Espanha, nem considerar válido a suposta contagem de um referendo "fraudulento e ilegal" realizado em 1 de Outubro.

"E muito menos" dar por garantido que os catalães se pronunciaram pela independência, acrescentaram as mesmas fontes, que insistiram não ser admissível "fazer uma declaração implícita de independência para de imediato deixá-la em suspenso de forma explícita".

O presidente da Catalunha declarou hoje a independência desta região autónoma de Espanha, apesar de ter suspendido os seus efeitos durante várias semanas para desencadear um processo de diálogo.

Líder do Ciudadanos exorta Madrid a evitar "chantagem" de Puigdemont

O líder do Ciudadanos pediu ao governo espanhol que ative os mecanismos constitucionais que permitam a convocação de eleições na Catalunha e evite desta forma a "chantagem" e o "ultimato" lançado hoje pelo chefe do executivo regional catalão.

Albert Rivera falava no Congresso (parlamento espanhol) após a intervenção do líder da Generalitat (governo regional catalão), Carles Puigdemont, no parlamento regional da Catalunha, sobre a situação política na região depois do referendo.

O presidente do partido de centro-direita Ciudadanos frisou que o "golpe de Estado" planeado por Puigdemont está "debilitado" pela acção conjunta da maioria silenciosa na Catalunha, das empresas catalãs e pela rejeição da comunidade internacional.

Nas mesmas declarações, Rivera rejeitou o plano para a abertura de qualquer negociação com o governo catalão.

O líder do Ciudadanos, que esteve em contacto com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, antes da intervenção de Puigdemont, considerou ainda que chegou o momento de agir "sem desculpas, sem atalhos e sem mediadores internacionais" para que os eleitores catalães sejam chamados às urnas.

"Puigdemont não pode continuar a ser o presidente dos catalães", prosseguiu Rivera, que acredita que está na hora do governo central de Madrid aplicar a Constituição para defender a própria Carta Magna e convocar eleições.

Podemos agradece a Puigdemont a não declaração unilateral de independência e exige diálogo a Rajoy

O líder do Podemos, Pablo Iglesias, agradeceu hoje ao líder catalão, Carles Puigdemont, por não ter declarado unilateralmente a independência da Catalunha e exigiu ao chefe do executivo espanhol, Mariano Rajoy, que aposte agora no diálogo, eventualmente com mediação.

Em declarações no Congresso (parlamento espanhol), o líder do partido da esquerda radical espanhola afirmou que foram muitas as vozes, incluindo o próprio, que transmitiram ao governo que uma declaração unilateral de independência "não seria legítima, nem favoreceria as justas aspirações dos catalães".

Após ter considerado que se depreende da intervenção de Puigdemont que "hoje não houve uma declaração unilateral de independência", Pablo Iglesias afirmou que é "necessário agradecer" ao líder catalão por esta decisão.

Ainda em declarações aos jornalistas no Congresso espanhol, o líder do Podemos instou o presidente do governo espanhol a optar pela via do diálogo e a procurar "soluções políticas" para a crise catalã.

Iglesias exortou ainda Rajoy a reconhecer que Espanha é "plurinacional" e que os cidadãos das diversas regiões espanholas "devem ser escutados".

No passado dia 6 Outubro, o governo regional catalão anunciou que o "sim" à independência obteve 90,18% dos votos no referendo de autodeterminação, consulta popular que o Tribunal Constitucional espanhol considerou ilegal.
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