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Adiamento da votação sobre Berlusconi mantém crise política em Itália

Ainda não foi votada a revogação do cargo de senador de Silvio Berlusconi. O relator dos senadores, Andrea Augello do PdL, apresentou argumentação que leva à dilatação no tempo de uma decisão. A incerteza sobre a sustentabilidade do Governo arrasta-se.

REUTERS Marco Valdo
09 de Setembro de 2013 às 23:46
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Da reunião, desta segunda-feira, para discutir e votar a eventual revogação do cargo de senador de Silvio Berlusconi, antigo primeiro-ministro de Itália, os 23 senadores da República acabaram por adiar, para esta terça-feira, a dita votação. Augello apresentou, como defesa do “Cavaliere”, uma argumentação baseada em três pontos essenciais.

 

Destes pontos apenas o terceiro é uma novidade na argumentação do PdL, que desde o início do processo pretende dilatar no tempo, o mais possível, qualquer decisão sobre a expulsão de Berlusconi. Augello, e o PdL, pedem que seja feita uma reinterpretação, pelo Tribunal de Justiça da União Europeia, da lei “Severino”, com o objectivo de aferir a compatibilidade desta lei com as normas europeias. A lei “Severino” impede que candidatos ou titulares de cargos políticos o possam ser em caso de condenação judicial, mesmo antes desta transitar em julgado.

 

Contudo, esta lei é de Novembro de 2012 e o caso Mediaset, pelo qual Berlusconi foi condenado a quatro anos de prisão, é anterior. O PdL considera que a aplicação desta lei a Berlusconi é inconstitucional.

 

A votação poderá acontecer esta terça-feira ou ser adiada até que seja conhecido um parecer das instâncias europeias. Ainda não é definido. Nesta altura, de acordo com o “La Repubblica”, 14 senadores apoiam a revogação, ou seja a queda do “Cavaliere”, enquanto somente oito se opõem a tal decisão. Destes oito senadores, seis são elementos do PdL, partido de Berlusconi. Um senador estará, ainda, indeciso.

 

O “Corriere della Sera” avança que o líder dos senadores do PdL, Renato Schifani, terá afirmado que no caso de a votação decidir pela queda de Berlusconi, então “não creio que poderemos continuar a falar de uma maioria a apoiar o actual Governo”. Esta é uma ameaça directa aos senadores do PD, com quem o PdL se coligou para formar Governo.

Neste momento ainda não está claro se haverá, ou não, uma decisão definitiva sobre esta questão durante os próximos dias. De acordo com vários analistas italianos, o PdL poderá conseguir os seus intentos e adiar uma votação, impedindo, assim, o fim político do seu líder espiritual. Esta indefinição irá, provavelmente, permitir que o Governo actual continue em funções.

 

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