Notícia
Salários aumentaram 1,4%
O ganho dos trabalhadores por conta de outrem subiu 1,8% em termos nominais e 1,4% em termos reais em Abril de 2015, face a período homólogo. Mais de um quinto dos trabalhadores recebia o salário mínimo.
O vencimento mensal dos trabalhadores por conta de outrem a tempo completo – o chamado "ganho", que além da retribuição base inclui suplementos – era em Abril de 2015 de 1.140,37 euros por mês, numa variação nominal de 1,8% em termos homólogos, que corresponde a um ganho real de 1,4%.
A informação é revelada pelo Inquérito aos Ganhos e à Duração do Trabalho, publicado pela Gabiente de Estratégia e Planeamento, que indica que se trata da variação nominal mais elevada desde, pelo menos, Abril de 2013, ou seja, em dois anos.
O Inquérito aos Ganhos e à Duração do Trabalho, publicado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), revela que em termos de remuneração base a média se situa nos 950,9 euros, revelando uma subida mais modesta, de 0,2% [ou 0,5%, de acordo com informação revelada nas conclusões da síntese do GEP], em relação ao período homólogo. Por isso, o peso da componente não fixa do salário aumentou.
Esta variação é verificada depois do aumento do salário mínimo de 485 euros para 505 euros por mês em Outubro de 2014. Na altura, porém, esse aumento não se reflectiu imediatamente nos salários. O inquérito relativo, precisamente, a Outubro de 2014 mostrou que de uma forma geral os salários ficaram congelados.
As mulheres recebem 21,3% abaixo dos homens.
O Inquérito aos Ganhos é realizado semestralmente por amostragem com dimensão de 9.500 unidades locais no continente e 770 na Região Autónoma da Madeira. São abrangidos "todos os sectores de actividade económica, exceptuando a agricultura (…), a administração pública e defesa, a segurança social obrigatória, entre outras. São também excluídas "as actividades económicas da educação e as actividades de saúde humana e apoio social que pertencem ao sector público".
Mais de um quinto recebia o salário mínimo antes do último aumento
Os dados revelam que em Abril de 2015 mais de um quinto (21,4%) dos trabalhadores por conta de outrem a tempo completo recebiam o salário mínimo, que era na altura de 505 euros brutos.
A percentagem aumentou 1,8 pontos face ao último inquérito, relativo a Outubro de 2014. Mas o grande salto na percentagem de abrangidos foi dado nessa altura, quando o salário mínimo aumentou de 485 euros para 505 euros brutos por mês, e o peso passou de 13,2% para 19,6% tal como o Negócios noticiou na altura.
No entanto, com o novo aumento do salário mínimo para 530 euros no início deste ano, a percentagem deverá aumentar. O ministro do Trabalho, Vieira da Silva (na foto), estima que sejam abrangidos pelo novo valor 650 mil trabalhadores.