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Desemprego mantém-se nos 12% em Abril

A estimativa de taxa de desemprego do INE aponta para uma estagnação da mesma nos 12% em Abril, em valores ajustados à sazonalidade. É o mesmo valor observado em Março deste ano e representa uma ligeira diminuição no número de pessoas sem trabalho (menos 2,5 mil).

30 de Maio de 2016 às 11:05
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Os dados publicados esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para uma taxa de desemprego de 12% em Abril, o que traduz a existência de 609,8 mil pessoas desempregadas, menos 2,5 mil do que no mês anterior.

Por trás deste resultado está uma diminuição do número de desempregados jovens (menos 5,2 mil) e de mulheres sem trabalho (menos três mil). Entre os homens praticamente não houve alterações e, se olharmos apenas para os adultos, observa-se um agravamento de 2,8 mil.

"Neste mês, a taxa de desemprego das mulheres (12,0%) foi superior à dos homens (11,9%) em 0,1 pontos percentuais. Face ao mês anterior, a primeira diminuiu 0,1 pontos e a segunda manteve-se inalterada", pode ler-se na nota do INE. "A taxa de desemprego dos jovens situou-se em 29,9% e diminuiu 1,2 pontos percentuais em relação ao mês precedente. A taxa de desemprego dos adultos foi de 10,6% e aumentou 0,1 pontos em relação àquele mês. "

Do lado do emprego, o número de pessoas com trabalho manteve-se praticamente inalterado em Abril (menos 500 pessoas), fixando-se nos 4.485 mil. Também aqui, mulheres e jovens foram os que viram o emprego crescer, enquanto adultos e homens registaram quebras.

Ajustado ou não ajustado?

Os valores referidos em cima são ajustados de sazonalidade. Isto é, procuram eliminar efeitos intra-anuais, que podem ajudar ou prejudicar os dados do emprego. O mercado de trabalho português tende a ser mais sólido no Verão, devido à criação de emprego temporário, principalmente no sector do turismo. Por outro lado, é normal que os meses do Inverno tragam números mais débeis.

Em Abril deste ano, o valor estimado da taxa de desemprego é igual tanto em termos ajustados como não ajustados (12%), mas a evolução recente é diferente, dependendo de qual dos dois seja utilizado. Por exemplo, os dados ajustados mostram que a taxa de desemprego está praticamente estagnada desde o Verão do ano passado. Em Julho estava nos 12,3%, hoje está nos 12%, uma descida pouco substancial para nove meses.

Os valores não ajustados mostram, como seria de esperar, maior volatilidade, mas confirmam a tendência. Julho do ano passado registou a taxa de desemprego mais baixa desde 2010 (11,8%), tendo iniciado uma trajectória de agravamento até aos 12,6% de Fevereiro deste ano. Por outro lado, nos últimos dois meses, registou-se um alívio de 0,6 pontos percentuais, para os tais 12%.

Do lado do emprego, também há diferenças. Entre Março e Abril deste ano, os números ajustados apontam para uma estagnação (menos 500 pessoas), mas os valores não ajustados mostram um reforço de quase 10 mil pessoas que passaram a ter trabalho.  

Mas o desemprego não estava nos 12,4%?

Os últimos meses trouxeram alguma confusão em torno dos números do emprego. Anteriormente, o INE publicava apenas dados trimestrais sobre o emprego em Portugal. Contudo, em 2015, passou a divulgar também estimativas mensais, que apresentam alguma divergência face aos valores de cada trimestre. Por exemplo, o desemprego do primeiro trimestre estava nos 12,4%, enquanto o INE diz hoje que essa taxa está nos 12%. Por que são diferentes?

Em primeiro lugar, o óbvio: um diz respeito ao primeiro trimestre e outro a Abril. Mas Abril não é apenas Abril. Reflecte um trimestre móvel com Abril no centro. Ou seja, são estimativas do mercado de trabalho para o período entre Março e Maio. O outro valor diz respeito a Janeiro a Março.

Existe também a já referida diferença no ajustamento de sazonalidade. Os dados trimestres nunca são ajustados de sazonalidade, mas os dados mensais apresentam dois modelos (ajustado e não ajustado), como referimos em cima.

Há ainda uma terceira diferença que faz com que os valores trimestrais e mensais não sejam comparáveis: o inquérito trimestral do INE abrange toda a população com mais de 15 anos, mas estes valores mensais excluem todas as pessoas com mais de 74 anos.

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