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Bloco avisa Governo que acordo no pacote laboral é "decisivo" antes do Orçamento

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, frisou que a base do acordo de Novembro de 2015 "é parar com o empobrecimento, e repor salários e pensões".

EPA
07 de Julho de 2018 às 18:56
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A coordenadora do Bloco de Esquerda avisou, este sábado, o Governo que um acordo sobre as leis laborais é "decisivo" antes das negociações do Orçamento para 2019 e recusou antecipar cenários políticos sobre a próxima legislatura, avança a Lusa.


Catarina Martins assumiu estas posições em conferência de imprensa, no final de uma reunião em Lisboa da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, o órgão máximo desta força política entre convenções.


Interrogada sobre o teor das afirmações proferidas pelo secretário-geral socialista, António Costa, na passada terça-feira, segundo as quais é essencial esta legislatura terminar para que a actual solução política de Governo se possa repetir na próxima legislatura, Catarina Martins recusou "fugir para discussões mais à frente".


Catarina Martins alegou então que o Bloco de Esquerda "nunca desiste de nenhuma das fases, de nenhuma das etapas, para cumprir-se a posição conjunta" assinada com o PS em Novembro de 2015.


"Para nós, neste momento, prioritário é o pacote laboral, pela razão de que não se recuperam rendimentos do trabalho [no sector privado] sem tirar da lei o que lá foi colocado pela troika – e isso não tem a ver com o Orçamento do Estado. Em relação à recuperação dos salários dos trabalhadores do privado, esse debate faz-se no Código de Trabalho", justificou a coordenadora do Bloco de Esquerda.


Ainda numa resposta indirecta à posição transmitida por António Costa sobre condições políticas a criar tendo em vista a próxima legislatura, Catarina Martins contrapôs que "é importante que não se fuja já para discussões para a frente, quando há a questão do Código de Trabalho que é tão importante para tanta gente recuperar os seus salários já".


Catarina Martins admitiu que, ao longo dos últimos anos, parte dos trabalhadores do privado têm beneficiado com o aumento do salário mínimo nacional e com algumas medidas fiscais, "mas não chega".


"Assinámos uma declaração conjunta com o âmbito de uma legislatura que queremos que seja cumprida e faremos tudo para que os compromissos então assumidos sejam concretizados até ao fim", frisou.


Antes, na sua declaração inicial, Catarina Martins já tinha deixado um aviso ao PS e ao Governo em relação ao debate na especialidade das medidas para a alteração das leis laborais, que deverá ocorrer em Setembro na Assembleia da República.


Disse, preto no branco, que o Bloco de Esquerda "votará contra" as medidas negociadas pelo Governo com as confederações patronais, designadamente o banco de horas grupal, o período experimental e os contratos de muito curta duração.


Questionada se o desfecho das negociações com o executivo do PS em relação ao pacote laboral, em Setembro, vai influenciar o processo negocial do Orçamento do Estado para 2019, Catarina Martins alegou que a base do acordo de Novembro de 2015 "é parar com o empobrecimento, e repor salários e pensões".


"Naturalmente, as alterações à legislação laboral, sendo elas essenciais para a recuperação de rendimentos do sector privado, são um factor decisivo na apreciação da situação política em Portugal e da capacidade de continuarmos o trabalho de recuperação de rendimentos", respondeu.

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