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Ministério Público acusa PSP de racismo e tortura

Numa acusação sem precedentes, dezoito agentes da PSP vão ser acusados dos crimes de tortura, sequestro, injúria e ofensa à integridade física qualificada contra seis jovens na Cova da Moura, na Amadora.

Bruno Simão
11 de Julho de 2017 às 09:09
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É, segundo conta o Diário de Notícias, uma acusação sem precedentes no país. Dezoito agentes da PSP, incluindo um chefe, vão ser acusados dos crimes de tortura, sequestro, injúria e ofensa à integridade física qualificada, agravados pelo ódio e discriminação racional contra seis jovens na Cova da Moura, na Amadora, onde a maioria dos habitantes são de origem cabo-verdiana.

A acusação surge após dois anos de investigação da Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária (PJ) ao caso ocorrido a 5 de Fevereiro de 2015 na esquadra da PSP de Alfragide.

Numa primeira fase os jovens foram constituídos arguidos, acusados de terem tentado invadir a esquadra para libertar outro jovem detido. Mas a PJ revelou que essa narrativa não era verdadeira, com base em trinta testemunhos, relatórios médicos, nas provas e numa investigação feita pela IGAI.

O caso começou com a detenção de um jovem que apedrejou uma viatura da polícia. Mas, ao contrário do que foi descrito, Bruno não resistiu nem agrediu os polícias. Segundo contou, foi espancado violentamente pelos agentes.

Seis amigos digiram-se à esquadra para saber dele. E de acordo com o Ministério público, sem que fossem provocados, os agentes começara a agredir os quatro jovens que não conseguiram fugir, mais um quinto elemento que estava a sair de uma loja de telemóveis ao lado da esquadra. Algemados, atirados para o cão da esquadra, fora pontapeados, levaram socos, tiros com balas de borracha. 


Um dos jovens sofre de uma paralisia por ter tido um AVC aos 9 anos e pedia ajuda. "Então não morreste (do AVC?) Agora vai dar-te um que vais morrer. Ainda por cima és pretoguês, filho da puta!"

De acordo com o Ministério Público, durante os dois dias em que estiveram detidos, os cinco jovens foram vítima de violência física e psicológica. "Não sabem como odeio a vossa raça. Quero exterminar-vos a todos desta terra. É preciso fazer a deportação. Se eu mandasse vocês seriam todos esterilizados", declarou um agente, citado pelo jornal. 

 

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