Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Reitores pedem mais dinheiro para retomar aulas presenciais em setembro

As universidades vão ao Parlamento reclamar a atualização do “Contrato de Legislatura” para aumentar as verbas da ação social, tornar os espaços de ensino livres de covid-19 e reforçar os meios informáticos e digitais.

02 de Julho de 2020 às 15:02
  • ...

No dia 29 de novembro de 2019, o Governo e as universidades assinaram um novo "Contrato de Legislatura", válido até 2023, cuja renovação garantiu ao Ensino Superior mais 55 milhões de euros em 2020 e um reforço de 2% nos três anos seguintes, com o primeiro-ministro, António Costa, a frisar na altura que "significa oito anos consecutivos de previsibilidade dos recursos e do que cada instituição sabe que tem ao dispor".

 

Porém, sete meses e uma pandemia depois, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) reclama que esse acordo "tem de ser revisto para dar resposta às exigências levantadas" pela covid-19. E numa altura em que as academias "estão na primeira linha do combate ao novo coronavírus, adiantaram o seu dinheiro e estão a preparar-se intensamente para o regresso às aulas presenciais em setembro".

 

"Este esforço das universidades pode ser posto em causa se faltarem três elementos fundamentais: ação social para apoiar os estudantes de famílias que perderam os rendimentos; adequação das instalações para que estudantes, professores e funcionários possam regressar às aulas presenciais com segurança e, portanto, com confiança; e aquisição de mais meios informáticos e digitais que esta crise pandémica tornou indispensáveis", resumiu António Fontainhas Fernandes.

 

Esta é a mensagem que o presidente do CRUP vai passar esta sexta-feira, 3 de julho, durante uma audição na comissão parlamentar de Educação, Ciência, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos apresentados por deputados do PS e do PSD. Na Assembleia da República vai dramatizar a necessidade de compensar as universidades pelas quebras de receitas próprias que estão a sofrer, "para que o futuro dos estudantes não fique em causa".

 
A 19 de junho, o ministro da Ciência e do Ensino Superior, Manuel Heitor, afirmou que o Ensino Superior "vai ser de certeza presencial" a partir do início do novo ano letivo e que deve dar o exemplo de como aprender a viver com a pandemia. O governante vincou que cabe às instituições fazerem a adaptação necessária à nova realidade e lembrou que a própria acreditação dos cursos depende do ensino presencial e não se coaduna com a exceção das aulas à distância imposta durante o estado de emergência.

Numa nota enviada às redações na véspera da deslocação a Lisboa, o também reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) chama a atenção para o facto de o Contrato de Legislatura ter negligenciado a ação social aos estudantes, uma "lacuna que a eclosão da crise veio tornar flagrante". "O país e o mundo mudaram. Neste momento, sem um reforço importante dos apoios sociais e de residências universitárias, há alunos que poderão não ter possibilidade de voltar às aulas", conclui Fontainhas Fernandes.

Ver comentários
Saber mais educação ensino superior universidades reitores Fontainhas Fernandes UTAD parlamento política
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio