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Ao minuto04.07.2020

Brandão Rodrigues: "Não haverá desdobramento de turmas"

O Ministério da Educação está a trabalhar num cenário em que os alunos vão ter aulas presenciais logo em setembro. A distância, no entanto, assume que não vai ser possível ser mantida em todas as salas de aulas.

Tiago Brandão Rodrigues - Ministro da Educação
Nuno Fonseca Movephoto
Negócios 04 de Julho de 2020 às 11:08
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O próximo ano letivo vai ser prolongado até ao final de junho no jardim de infância e nos 1.º e 2.º ciclos, estando previsto que as férias intercalares, como as da Páscoa, sejam mais curtas. "Para irmos ganhando dias", realça o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, em entrevista ao Expresso.

Para já o Ministério da Educação trabalha no regresso às aulas presencial. Só haverá uma situação de regime misto ou um regime não presencial "se as autoridades de saúde nos disserem que é preciso fazê-lo num determinado território ou em todo o país".

Para 2020/21 as regras mantêm-se como as que foram estabelecidas em maio no regresso às aulas presenciais do 11.º e 12.º anos. No entanto, o ministro da Educação admite que nem sempre será possível garantir o distanciamento em sala de aula de um metro. O uso da máscara será, pois, obrigatório a partir do 2.º ciclo.  

O distanciamento, assume-se, não será possível em todas as situações, pela impossibilidade de multiplicar a capacidade das escolas ou do corpo docente, para que cada turma seja reduzida para metade. Isso mesmo assumiu o ministro na mesma entrevista, dizendo "é impossível". "Os alunos vão caber todos na mesma sala. Não haverá desdobramento de turmas". E por isso o distanciamento não será mandatório.

No 1.º ciclo e no pré-escolar em que as máscaras não são usadas, Brandão Rodrigues fala da necessidade de aplicar outras regras. "A higienização dos espaços e a lavagem das mãos, a etiqueta respiratória e a existência de ‘bolhas’, isto é, a divisão em grupos para que, se houver um caso positivo, possamos identificar e isolar os que estiveram em contacto com ele, são muito importantes. No 1º ciclo é isso que teremos".

O ministro da Educação promete, para o novo ano letivo, mais professores. Até pela necessidade de, como refere, recuperar e consolidar aprendizagens. Aliás, as primeiras cinco semanas do novo ano escolar servirão para isso mesmo.

Brandão Rodrigues garante, assim, que "as escolas vão ter mais recursos humanos, por exemplo para fazerem coadjuvações (dois professores numa sala) e dar apoios. E teremos um conjunto de outros professores que vão trabalhar com os alunos com mais dificuldades. Haverá um reforço do apoio tutorial específico".

Haverá também "contratação suplementar de psicólogos, assistentes sociais e mediadores para fazerem um trabalho de articulação com as famílias e trabalhar verdadeiramente as questões do insucesso e do abandono escolar. E haverá ainda mais professores para as equipas multidisciplinares de apoio aos alunos que têm necessidades específicas e que são os que mais ficam para trás".

O reforço de docentes "que equivale ao horário integral de cerca de 2500 professores".

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