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Yellen: Só uma recuperação "sólida" vai permitir retirada de estímulos à economia norte-americana

Janet Yellen, nomeada presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, garante que não vai abrandar a política de estímulos até que a economia norte-americana dê sinais de uma recuperação sólida e sustentável.

Bloomberg
14 de Novembro de 2013 às 11:47
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Janet Yellen, nomeada para substituir Ben Bernanke na presidência da Reserva Federal dos Estados Unidos, prepara-se para sinalizar ao mundo, esta quinta-feira, que o banco central norte-americano não vai alterar a sua política de estímulos até que a economia revele sinais claros de recuperação.

 

Em antecipação à tomada de posse como nova presidente da Fed, Janet Yellen vai discursar hoje, no Senado, e dar algumas pistas sobre a condução dos destinos da Reserva Federal. No discurso, a que a Bloomberg teve acesso, a responsável garante que vai dar continuidade aos estímulos sem precedentes do banco central até que se vejam melhorias numa economia que está a funcionar abaixo do seu potencial.

 

“Uma recuperação sólida acabará por permitir que a Fed reduza a sua acomodação monetária e a dependência de instrumentos não convencionais, como a compra de activos”, sustenta Yellen. “Apoiar essa recuperação, hoje, é o caminho mais seguro para voltar a uma abordagem mais convencional da política monetária”.

 

Pela primeira vez em sete meses, Yellen vai expressar publicamente a sua visão relativa à política monetária expansionista, a qual apoia, e razão pela qual alguns responsáveis políticos votaram contra si. A nova guardiã da Reserva Federal absteve-se de se envolver publicamente no debate sobre a compra de activos enquanto estava sob consideração para a sucessão a Ben Bernanke, cujo mandato termina no dia 31 de Janeiro.

 

O seu último discurso público, sobre regulamentação, foi apresentado a 2 de Junho, e sobre política monetária não diz uma palavra desde o dia 6 de Abril. Confirmado o seu lugar como presidente da Fed, Yellen vai também liderar a implementação da revisão mais abrangente da regulação financeira desde a década de 1930. Yellen acredita que “há muito trabalho pela frente” para tornar o sistema financeiro mais seguro e mais estável.

 

Destinos da Fed estão na asa de uma “pomba”

 

Nas três páginas de discurso preparado para esta quinta-feira, Yellen diz também que o desemprego “ainda está muito elevado, reflectindo um mercado de trabalho e uma economia, que estão a funcionar abaixo do seu potencial”, e que a inflação deverá ficar aquém do objectivo de 2% fixado pela Fed.

 

Janet Yellen é considerada uma “pomba”, que em jargão económico denomina alguém que dá prioridade ao combate ao desemprego em detrimento de um controlo mais apertado da inflação.

 

A futura sucessora de Ben Bernanke apoia e dará seguimento às actuais políticas de estímulo à economia e que são as mais expansionistas da história da Fed. O banco central norte-americano tem a missão de conduzir uma política monetária que assegura a estabilidade dos preços e a evolução da economia de acordo com o seu potencial.

 

Janet Yellen chega à presidência da Reserva federal dos Estados Unidos numa altura crucial, em que o banco central da maior economia do mundo considera a possibilidade de abrandar o seu programa de compra de obrigações no valor de 85 mil milhões de dólares por mês, o que está a empurrar os activos da Fed para um recorde de 4 biliões. A Fed tem mantido a taxa de juro perto de zero desde Dezembro de 2008.

 

Yellen é a primeira “mulher-forte” da Reserva Federal

 

Actual vice-presidente do Conselho de Governadores da Fed, desde 4 de Outubro de 2010, Yellen presidiu antes ao banco do Sistema da Reserva Federal em San Francisco. Licenciada na Universidade de Brown, em 1967, e doutorada em Yale, em 1971, presidiu ao Conselho dos Consultores Económicos do Presidente democrata Bill Clinton, entre 1997 e 1999.

 

Casada com George Akerlof, galardoado com o Prémio Nobel da Economia, Yellen tem uma extensa obra publicada sobre macroeconomia, em particular sobre as causas, os mecanismos e as implicações do desemprego.

 

Ben Bernanke tomou posse à frente da Fed no final de Janeiro de 2006 e foi reconduzido por Obama, em Janeiro de 2010, para um segundo mandato. Depois de dois mandatos de quatro anos, será altura de abandonar as funções em Janeiro do próximo ano.

 

O seu antecessor, Alan Greenspan, conduziu a política monetária do país durante 19 anos, entre 1987 e 2006.

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