Notícia
Robles renuncia aos cargos políticos
O deputado bloquista, Ricardo Robles, renunciou aos cargos políticos de vereador na Câmara Municipal de Lisboa e de membro da comissão coordenadora concelhia de Lisboa do Bloco de Esquerda.
"Informei ontem, domingo, a coordenadora da Comissão Política do Bloco de Esquerda da minha intenção de renunciar aos cargos de vereador na Câmara Municipal de Lisboa e de membro da comissão coordenadora concelhia de Lisboa do Bloco de Esquerda", lê-se no comunicado.
De acordo com o deputado, a saída é motivada por "uma opção privada, forçada por constrangimentos familiares que expliquei" que se revelou "um problema político real e criou um enorme constrangimento à minha intervenção como vereador".
A renúncia é feita por iniciativa própria e, numa óptica de preservação da luta do partido, Robles acrescenta ainda: "esta é uma decisão pessoal que tomo com o objectivo de criar as melhores condições para o prosseguimento da luta do Bloco pelo direito à cidade".
O vereador cessante pôs à venda um prédio em Alfama avaliado em 5,7 milhões de euros, depois de o ter comprado em 2014 por 347 mil euros à Segurança Social, avançou o Jornal Económico na semana passada. Esta revelação motivou várias críticas, apontando para este como um caso de especulação imobiliária - algo que o Bloco de Esquerda, também na pessoa de Robles, tem criticado e sinalizado como um problema para a cidade de Lisboa.
As críticas vieram, contudo, maioritariamente de fora do partido. O fundador e dirigente do Bloco de Esquerda, Luís Fazenda, sustentou apenas que o partido deveria "fazer uma reflexão e tirar conclusões". A líder do BE, Catarina Martins, saiu em defesa do deputado bloquista no centro da polémica e classificou como "mentira" vários detalhes do noticiado sobre este assunto. Em nota enviada à Lusa, o partido defendeu que a conduta do vereador na Câmara de Lisboa Ricardo Robles "em nada diminui a sua legitimidade na defesa das políticas públicas que tem proposto e que continuará a propor".