A economia portuguesa registou no terceiro trimestre deste ano uma forte contracção face ao período imediatamente anterior, interrompendo o processo de retoma iniciado em Janeiro deste ano.

De acordo com os dados das Contas Nacionais divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) o PIB apresentou, no período de Julho a Setembro de 2004, uma variação em cadeia de menos 1,2%. Um valor que anula por completo o ganho de 1,2% verificado no segundo trimestre do ano.

Em termos homólogos, a evolução foi ainda positiva (0,8%), mas apresentando um forte abrandamento em relação à taxa de crescimento registada no segundo trimestre (1,8%).

«Após um segundo trimestre influenciado pela realização do Campeonato Europeu de Futebol, que dinamizou de forma evidente a procura interna e as exportações de serviços, o terceiro trimestre de 2004 evidenciou um forte abrandamento em termos homólogos», explica o INE no seu relatório.

A evolução negativa das exportações, que caíram 1,5% face ao período anterior, é o principal factor por trás do resultado negativo agora verificado.

Comprovou-se, portanto, que os valores elevados registados no segundo trimestre do ano para este indicador se deveram sobretudo ao afluxo elevado de turistas verificado no passado mês de Junho.

O contributo para o crescimento da economia das exportações líquidas (exportações menos importações) voltou a cair, sendo de menos 1,3% em termos homólogos.

Além disso, ao contrário do que aconteceu na primeira metade do ano, a procura interna também abrandou. A variação em cadeia foi de apenas 0,2% e o contributo homólogo caiu de 2,8% no segundo trimestre para 2,1%.